quarta-feira, 14 de abril de 2021

Pesquisa da REPU aponta que com as aulas presenciais a Incidência de COVID 19 entre educadores foi 3 vezes maior do que na população estadual da mesma faixa etária!

Dados recém-divulgados de estudo da REPU (Rede Escola Pública e Universidade) sobre casos de COVID-19 nas escolas estaduais paulistas, pesquisa realizada nos meses de fevereiro e março, questionam dados oficiais apresentados pelo governo do estado de São Paulo. Segundo a Nota Técnica Monitoramento de casos de Covid-19 na rede estadual de São Paulo houve risco real para os professores se contaminarem por COVID 19, durante os meses de fevereiro e março, momento que ocorreram aulas presenciais. De acordo com a pesquisa, a incidência de covid-19 entre educadores foi quase 3 vezes maior do que na população estadual de mesma faixa etária (25 a 59 anos).

A pesquisa tomou como amostra 299 escolas. Ao todo o estado possui um total de 5mil escolas na rede. A pesquisa trabalha com o Boletim Epidemiológico da Educação divulgado no final de fevereiro pela Seduc-SP, o documento era tratado pelo governo Doria como a principal sustentação técnica para o retorno das aulas presenciais. Como estudantes são menos atingidos pelo coronavírus e representam 92% da população escolar, as ocorrências entre docentes e funcionários — que segundo dados da própria secretaria representam dois terços do total de infecções — ficam diluídas, dando "a falsa impressão de que professores e servidores se infectaram muito menos do que a população em geral", como afirma a nota técnica.

Segundo a pesquisa da REPU entre 7 de fevereiro e 6 de março, período de volta às aulas, a disparada na incidência de covid-19 entre professores foi de 138%, ante uma alta de 81% na população de 25 a 59 anos.

A principal conclusão que chega a pesquisa é que "a retomada das atividades escolares presenciais não pode ser considerada segura nas escolas da rede estadual".

O estudo da REPU quando analisa Osasco identifica que existe um pequeno grupo de escolas com índices menores de contaminação. Para os pesquisadores algumas escolas adotaram, por conta própria, medidas mais severas de proteção — como rodízio de profissionais, afastamento e testagem de pessoas que tiveram contato com caso suspeito e limitação de público inferior aos 35% estipulados pela Seduc-SP. Para os pesquisadores, a estratégia "parece ter contribuído para uma redução do número de casos de covid-19 entre professores".

 

 

Nota Técnica Monitoramento de casos de Covid-19 na rede estadual de São Paulo: https://3c60c040-0201-4188-bfd9-ddc208c6ad1a.filesusr.com/ugd/9cce30_232a4b26e21c4a60a750731ec5a27cdd.pdf

 

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DA EDUCAÇÃO: https://www.educacao.sp.gov.br/wp-content/uploads/2021/03/2021_03-08-Vers%C3%A3o-1-Boletim-Epidemiol%C3%B3gio-do-SIMED-Vers%C3%A3o-1-Errata.pdf