terça-feira, 29 de março de 2011

ELIO GASPARI - A peãozada deu uma lição aos comissários

REAPARECEU NO MEIO da mata amazônica, dentro do canteiro de obras da Camargo Corrêa, o eterno conflito dos trabalhadores da fronteira econômica com as arbitrariedades e tungas a que são submetidos por grandes empreiteiros, pequenos empresários, gatos e vigaristas.

Num só dia, incendiaram-se 45 ônibus e um acampamento na obra da hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. Em poucos dias, a peãozada zangou-se também nos canteiros de Santo Antônio (RO), nas obras da Petrobras de Suape (PE) e em Pecém (CE). Ocorreram problemas até em Campinas (SP). Estima-se que entraram em greve 80 mil trabalhadores da construção civil. Esse setor da economia emprega 2,4 milhões de brasileiros.

Do nada (ou do tudo que fica escondido nas relações de trabalho nos acampamentos), estourou um dos maiores movimentos de trabalhadores das últimas décadas. Sem articulação, redes sociais ou ativismo político, apanhou o governo de surpresa. Assustado, ele mandou a tropa da Força Nacional de Segurança. Demorou uma semana para que o Planalto acordasse.

Numa época em que os sindicalistas andam de carro oficial, o representante da CUT foi a Rondônia com um discurso de patrão, dizendo que os trabalhadores não podiam parar uma obra do PAC. (Essa mesma central emitiu uma nota condenando o bombardeio da Líbia.)

Paulo Pereira da Silva, marquês da Força Sindical, disse que nenhuma das duas grandes centrais está habituada a lidar com multidões. De fato, nas obras de Jirau e Santo Antônio juntam-se 38 mil trabalhadores. Há sindicatos na área, mas eles mal lidam com as multidões dos associados. Disputam sobretudo o ervanário de R$ 1 milhão anual que rende a coleta do imposto sindical da patuleia.

As lideranças políticas e sindicais nascidas no rastro dos movimento de operários do final dos anos 70, quando pararam 200 mil trabalhadores no ABC por conta de um barbudo chamado Lula, mudaram de andar. Preocupados com a distribuição de cargos e de Bolsas Ditadura, esqueceram-se dos sujeitos que precisam da cesta básica.

Não perceberam que as mudanças sociais ocorridas no país haveriam de chegar aos alojamentos dos peões das grandes obras.

Ou as grandes empreiteiras se dão conta de que devem zelar pela qualidade e pelo cumprimento de seus contratos trabalhistas, ou marcas como a da Camargo Corrêa, da Odebrecht e da OAS ficarão marcadas pelas patas dos gatos que entram no recrutamento de seus trabalhadores.

Entre as reivindicações de Santo Antônio estava a instalação de banheiros exclusivos para mulheres. Alô, doutora Dilma.

Nenhuma dessas empresas foi fundada por um empreendedor genial nem tentou um empreendimento de ambição comparável à Fordlândia. Foi na matas da Amazônia que, no século passado, Henry Ford atolou seu projeto de extração e industrialização da borracha.

Maus modos, incompreensão e complexo de superioridade resultaram numa revolta que destruiu boa parte das instalações do empreendimento. Isso em dezembro de 1930. (As grandes empreiteiras deveriam obrigar seu diretores a ler "Fordlândia", do professor americano Greg Grandin.)

Felizmente os tempos mudaram, e a Força Nacional de Segurança disparou balas de borracha. Em 1996, diante dos sem-terra de Eldorado do Carajás, a PM paraense disparou tiros de verdade e matou 19 pessoas.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Evolução da renda no governo Lula: cinco conclusões definitivas

Economista Reinaldo Gonçalves
A divulgação dos dados de evolução da renda do Brasil pelo IBGE e a base de dados do FMI permitem algumas conclusões definitivas a respeito do desempenho da economia brasileira (renda) durante o governo Lula (2003-10).1

Primeira conclusão: fraco desempenho pelos padrões históricos do país

O crescimento médio anual do PIB real é de 4,0% (quatro por cento) no governo Lula. Mais especificamente, 3,5% em 2003-06 e 4,5% em 2007-10. Mesmo no segundo mandato, a taxa alcançada não supera a média secular do país (1890-2010, período republicano, 4,5%). Portanto, o desempenho do governo Lula é fraco pelos padrões históricos brasileiros (ver Tabela 1).2

Segunda conclusão: muito fraco desempenho quando comparado com outros presidentes

Desde a proclamação da república o país teve 29 presidentes (Vargas teve dois mandatos separados temporalmente). Neste conjunto, Lula ocupa a 19ª posição quanto ao crescimento da renda, ou seja, 18 outros presidentes tiveram melhor desempenho. Quando este conjunto é dividido em quatro grupos, Lula está no terceiro grupo. De outra forma, pode-se afirmar que Lula teve o 11º pior desempenho no conjunto dos mandatos presidenciais (ver Tabela 2).

Terceira conclusão: retrocesso relativo no conjunto da economia mundial

No período 2003-10 três indicadores merecem destaque. O primeiro é a participação do Brasil no PIB mundial. Dados de paridade de poder de compra mostram que não houve alteração, A participação média do Brasil em 2001-02 é a mesma em 2009-10 (2,90%) (ver Tabela 3).

O segundo indicador é a posição relativa do Brasil no ranking da economia mundial quando se considera a taxa de variação real do PIB no período 2003-10. O Brasil ocupa a 96ª posição no painel de 181 países. Ou seja, dividindo este conjunto em quatro grupos, o Brasil está no terceiro grupo. O crescimento médio anual do PIB do país (4,0%) está abaixo da média (4,4%) e da mediana (4,2%) do painel mundial (ver Tabela 4).

O terceiro indicador é o PIB (PPP) per capita. Este indicador de renda para o Brasil aumentou de US$ 7.457 em 2001-02 para US$ 10.894 em 2009-10. Entretanto, a posição do país no ranking mundial piorou. O país passou da 66ª posição para a 71ª posição. Ou seja, houve retrocesso relativo (ver Tabela 5).

Quarta conclusão: país fortemente atingido pela crise global em 2009

A crise econômica de 2009 teve alcance global. O Brasil é um país marcado por forte vulnerabilidade externa estrutural. O passivo externo bruto ultrapassou US$ 1.292 bilhões em no final de 2010.4 No período 2003-10 houve reprimarização da economia brasileira, inclusive com significativo aumento do peso relativo das commodities nas exportações brasileiras. Há evidência de que desindustrialização e maior participação do capital estrangeiro no aparelho produtivo também ocorreram no período em questão. A crescente liberalização financeira e o regime de câmbio flexível implicam maior instabilidade. O resultado é que a crise internacional atingiu fortemente o país em 2009. A queda do PIB real foi de 0,6%. No painel mundial o Brasil ocupa a 85ª posição segundo a ordem crescente da variação do PIB neste ano. Dividindo este painel em quatro grupos, verifica-se que o país está no segundo grupo dos mais atingidos. Ademais, a frágil posição brasileira é evidente quando se leva em conta que a taxa média (simples) e a mediana de variação do PIB do painel são 0,1% e 0,2% respectivamente. (ver Tabela 6).

Quinta conclusão: o processo de ajuste frente à crise global foi influenciado significativamente pelo ciclo eleitoral e oportunismo político em 2010 e não se sustenta em 2011-12

Na fase ascendente do ciclo econômico mundial (2003-meados de 2008) o Brasil tem retrocesso relativo visto que sua taxa de crescimento da renda é menor do que a média e a mediana mundiais. No período 2003-08 a taxa média de crescimento real do PIB do Brasil é de 4,2% enquanto a média simples e a mediana são de 5,0% e 5,3% respectivamente (ver Tabela 7). Neste período o Brasil ocupa a 113ª posição (ordem decrescente) no painel de 183 países-membros do FMI. Em 2009 o Brasil é fortemente atingido pela crise global e sofre queda do PIB de 0,6%.

A contração da atividade econômica em 2009 facilita a recuperação da taxa de crescimento em 2010.3 Entretanto, em 2010 o vale do ciclo econômico internacional coincide com o auge do ciclo eleitoral brasileiro (eleições para presidente, governadores, senadores e deputados).

Oportunismo político e ajuste macroeconômico convergem perfeitamente na ótica do grupo dirigente.

O oportunismo político acarretou a extraordinária expansão do crédito, que estimulou o consumo e o investimento. Estas duas fontes de expansão da demanda agregada respondem, então, pelo crescimento do PIB e mais do que compensam o elevado vazamento de renda para o exterior via importações de bens e serviços. O aumento das importações também é políticamente funcional pois permite reduzir a pressão inflacionária. O vazamento foi superior à própria contribuição do investimento para o crescimento do PIB (ver Tabela 8).

A força expansionista da política creditícia foi aumentada pela política fiscal (gastos de consumo e investimento do governo), pela política de rendas (salário mínimo), pelas políticas sociais e pela política de forte apreciação cambial (importação de bens de capital). A apreciação cambial é responsável pela elevada contribuição negativa da demanda externa líquida (exportações menos importações) para o crescimento do PIB. Na realidade, em 2010 verifica-se significativo déficit nas transações correntes do balanço de pagamentos do país.

O resultado é o extraordinário crescimento de 7,5% em 2010. Ele é extraordinário não somente porque é significativamente mais elevado do que a média de todo o período 2003-10 (4,0%) como também representa uma subida igualmente extraordinária do país no ranking mundial. Em 2010 o Brasil tem a 24ª mais elevada taxa de crescimento do PIB no painel mundial.

O forte crescimento econômico em 2010 permitiu a reversão da recessão provocada pela crise global ao mesmo tempo em que foi funcional para os grupos políticos dirigentes tendo em vista o ciclo eleitoral. Por outro lado, há o agravamento dos desequilíbrios macroeconômicos. Além da pressão inflacionária, verifica-se a forte deterioração das contas externas.

Passado o período de eleições. os desequilíbrios macroeconômicos são, então, enfrentados com as medidas ortodoxas de políticas monetária, creditícia e fiscal restritivas. Em conseqüência, a expectativa é de não sustentabilidade de elevadas taxas de crescimento do PIB no médio prazo. O FMI, por exemplo, tem como previsão para o Brasil crescimento real do PIB pouco superior a 4,0% em 2011-12.4 Ainda segundo as previsões do FMI o Brasil deve ocupar posições próximas da média e medianas mundiais.

As taxas previstas para 2011-12 estão próximas da média do governo Lula (4,0%) e, conforme visto, estão abaixo da média secular do país (4,5%). Ou seja, no futuro próximo, como parte da herança negativa do governo Lula a expectativa é de fraco desempenho pelos padrões históricos do Brasil e nenhum avanço na posição internacional do país. Estes fatos tornam-se ainda mais graves com a trajetória de piora evidente das contas externas do país, com fortes desequilíbrios de fluxo e de estoque.

Em síntese, durante o governo Lula a evolução da renda do Brasil caracterizou-se por:

1) fraco desempenho pelos padrões históricos do país
2) muito fraco desempenho quando comparado com outros presidentes
3) retrocesso relativo no conjunto da economia mundial
4) país fortemente atingido pela crise global em 2009
5) o processo de ajuste frente à crise global foi influenciado significativamente pelo ciclo eleitoral e oportunismo político em 2010 e não se sustenta em 2011-12

4 março 2011

Notas:
1 Para análises abrangentes do governo Lula, ver L. F. Filgueiras e R. Gonçalves, A Economia Política do Governo Lula, Rio de Janeiro, Ed. Contraponto, 2007 e Os Anos Lula. Contribuições para um Balanço Crítico 2003-2010, Rio de Janeiro, Ed. Garamond, 2010.

2 Para detalhes sobre fontes de dados, ver R. Gonçalves, Análise comparativa do governo Lula: Resultados e metodologia, em http://www.ie.ufrj.br/hpp/intranet/pdfs/analise_comparativa_do_governo_lula_resultados_e_metodologia_28_abril.pdf.

3 Ver Bacen, Nota para a Imprensa, Setor externo, Tabela 60A, http://www.bcb.gov.br/htms/infecon/notas.asp?idioma=p.


Reinaldo Gonçalves é professor titular de Economia Internacional da UFRJ. Portal: http://www.ie.ufrj.br/hpp/mostra.php?idprof=77.

Reinaldo_Goncalves-Evolucao_da_renda_no_Governo_Lula-13.3.2011.pdf



segunda-feira, 21 de março de 2011

LIBERDADE!

FORAM LIBERTADOS AGORA A POUCO OS 13 COMPANHEIROS (AS) QUE FORAM PRESOS DURANTE AS MANIFESTAÇÕES CONTRA OBAMA NO RIO DE JANEIRO.

RODOVIÁRIOS EM LUTA!

Amazônia Jornal: Paralisação de duas horas em Ananindeua
Edição de 17/03/2011

Ontem os rodoviários da empresa Viação Forte paralisaram as suas atividades por duas horas no final da linha de ônibus "Cidade Nova 6 - Pres. Vargas", em Ananindeua. O motivo da manifestação foi para pressionar a empresa a atender o pedido de reajuste salarial e melhorar as condições de trabalho da categoria. De acordo com os trabalhadores, os banheiros no final da linha estão em péssimas condições. Eles pedem a instalação de sanitários e bebedouros no local.

Também ontem, o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram) deu início ao processo de mobilização da categoria referente a sua campanha salarial para esse ano. O sindicato pede o reajuste salarial de até 12%, auxílio alimentação de R$ 350,00 e a garantia da jornada de trabalho de sete horas diárias. O Sintram vai pedir também o reajuste de 30% nos adicional noturno e adicional de insalubridade e periculosidade.

A proposta do Sintram foi formada em assembleia realizada ontem. Hoje, a pauta da proposta serão entregues aos diretores das empresas de transporte coletivo que existem em Ananindeua e Marituba. O presidente do Sintram, Márcio Amaral, vai cobrar agilidade das empresas no atendimento das propostas, do contrário a categoria ameaça entrar em greve. "Esperamos uma resposta o mais rápido possível, pois esse ano nossa categoria está disposta a conseguir através da mobilização nossas pautas, a exemplo do ano passado, onde através da greve conseguimos as 7 horas de jornada e a manutenção do adicional por tempo de serviço (triênio), que os empresários ameaçaram retirar dos trabalhadores", afirmou Márcio.

A paralisação no final da linha do Cidade Nova 6, no horário de 15 h as 17 h prejudicou os usuários que dependem do transporte coletivo. O diretor do Sintram, Delson Lima, aprovou a iniciativa dos trabalhadores. "Esse foi a primeira das muitas mobilizações que poderemos fazer, caso a patronal não atenda nossas reivindicações. Nossa categoria já está cansada de não ter o mínimo de condições de trabalho nos finais de linha", frisou o diretor.

SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS

PLENÁRIA DO SISTEMA DIRETIVO ORGANIZA CAMPANHA SALARIAL 2011

Na noite de sexta-feira, 11/03, o auditório do Hotel Sagres ficou pequeno para a abertura da Plenária de Sistema Diretivo 2011. Com ampla participação de representações de servidores de vários órgãos e de todas as regionais, o Sindicato mostrou que está enraizado na categoria.
  
A mesa de abertura contou com várias entidades sindicais e seguimentos da sociedade que saudaram a atividade. Estavam presentes a Unidos Pra Lutar, Intersindical, CSP-Conlutas, Sindicato dos Rodoviários de Ananindeua e Marituba (SINTRAM), Sindicato dos Trabalhadores da Previdência (SINTPREVS), Sindicato dos Servidores das Universidades (SINDITIFES), Sindicato dos Professores (SINTEPP), o Coletivo Estudantil Vamos à Luta e o Deputado Estadual Edmilson Rodrigues (PSOL).


Painel com Maria Lúcia Fatorelli

No painel de abertura, Maria Lúcia Fatorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida, analisou o ajuste econômico do governo Dilma e suas consequências para os servidores públicos.

Fatorelli apresentou os dados obtidos na CPI da dívida realizada no Brasil em 2010. Em seguida relatou sua experiência na auditoria integral da dívida implementada pelo governo do Equador em 2009, que suspendeu 70% da dívida do país.

A conferencista, que esteve na presidência do Sindicato dos Auditores Fiscais (UNAFISCO) durante a greve contra a reforma da previdência em 2003, alertou sobre as medidas que o governo vem tomando. “São dois pesos e duas medidas: Ajuste Fiscal sobre gastos sociais e ralo aberto para pagamento dos maiores juros do mundo sobre dívida não auditada”. Fatorelli finalizou chamando a mobilização contra o PLP 549, que congela salários no funcionalismo por dez anos. “O orçamento 2011, já implementou o PL 549. É preciso realizar uma forte campanha salarial contra esses ataques”.

Organizar a luta contra assédio moral


O segundo dia da Plenária do Sistema Diretivo começou com o painel sobre assédio moral no ambiente de trabalho. O conferencista, Oscar Gomes, Coordenador Geral da Associação dos Trabalhadores em Educação da UNIRIO, enfatizou a importância do tema. “Existe assédio desde que existe trabalho. A visibilidade vem de 1980 pra cá. As motivações que geram essa violência são variadas, porém confluem sempre para situações constrangedoras e humilhantes, que envolvem, principalmente, relações de poder e hierárquicas que perduram ao longo do tempo”.

De acordo com Oscar, para saber se você é uma vítima do fenômeno, basta fazer uma avaliação, dentro de um prazo, por exemplo, de uma ou duas semanas para saber se sua preocupação está mais voltada para o seu trabalho ou para a sua relação com seu chefe. Se a preocupação central for o chefe e não suas tarefas, então, pode estar em curso uma situação de assédio moral. Outro fator são as atribuições. “Se ao invés de tarefas específicas o comum são ordens para serviços impossíveis em prazos curtos, pode-se entender um fator de pressão por parte da chefia para desqualificar o trabalhador”.

Porém não basta identificar a situação, é necessário agir para denunciar o assediador, dando visibilidade ao caso. Oscar adverte que todas as provas devem ser colhidas, tais como: documento escrito pela chefia depreciando o trabalhador; testemunha que prove ato abusivo da chefia, com data e hora; consulta médica, etc..

No debate em plenário, foram relatados vários casos de assédio nos órgãos públicos envolvendo servidores efetivos e terceirizados ou ainda casos do setor privado que afetaram parentes dos servidores. Por outro lado, foi estabelecido paralelo do assédio com o PL 248 que trata da avaliação de desempenho. Entidades parceiras da campanha salarial também se pronunciaram. O SINTPREVS citou processo coletivo de assédio vinculado a aplicação de metas, já os professores da rede estadual divulgaram a experiência da greve de 2010 que derrotou a avaliação de desempenho.

Maria Lucia Fatorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida, falou da relação do assédio moral com a crise econômica e o endividamento externo e interno. “A falta de material, de valorização, os baixos salários, as metas, as avaliações produtivistas, tudo se vincula a ausência de recursos financeiros nas áreas sociais. Infelizmente há um privilegio para os banqueiros. Metade dos recursos do país vai para dívida. São mais de R$ 380 bilhões. No entanto, para educação são apenas 2,8% e para saúde 4,5%. Outra forma de assédio é a criminalização dos que lutam e fazem greves é uma forma de assédio. Há ainda um assédio da mídia, a serviço do capital, que, todos os dias, nos chama de “privilegiados”, mente sobre “rombo nas contas públicas ou déficit da previdência” e desqualifica os servidores públicos.

No encerramento, Oscar ressaltou a necessidade da luta coletiva e permanente para enfrentar essa conjuntura. “Fortalecer o sindicato é a primeira orientação. Não faça nada sozinho. Há mais força se você estiver como apoio do sindicato. Leve as informações para as assembléias, para a diretoria, para a assessoria jurídica da entidade. O sindicato é sua representação não só para combater o assédio moral, mas para tratar de outros assuntos de interesse da categoria”. Nesse sentido é importante a mobilização em busca de uma política de recursos humanos com regras construídas democraticamente por meio de uma abordagem multidisciplinar envolvendo a comunidade de várias áreas e baseada na experiência dos próprios servidores.

Cedicio Vasconcelos, coordenador geral do SINTSEP, propôs que o sindicato confeccione revista especial sobre o tema com texto escrito por Oscar, cujo prefácio ficaria por conta de Maria Lucia Fatorelli. A revista terá ainda um questionário para os leitores com intuito de averiguar a situação do assédio na base da categoria. Ao mesmo propôs a formulação de um Projeto de Lei transformando assédio moral em crime. A lei será apresentada na assembléia legislativa do Pará e no senado por meio dos parlamentares do PSOL.



SINTSEP-PA lança campanha salarial na praça da república


O SINTSEP lançou oficialmente a campanha salarial no domingo (13/03), data indicada pela coordenação nacional das entidades do serviço público. Logo cedo, os servidores se concentraram em frente ao teatro da paz e em seguida saíram em passeata contornando a praça da república. O movimento contou com a apresentação do grupo regional IAÇA, tocando ritmos tradicionais de nossa cultura.

Durante a passeata distribuiu-se uma carta aberta à população criticando as medidas que atacam os serviços públicos. No trajeto as entidades parceiras se pronunciaram. O SINTRAM (Rodoviários de Ananindeua e Marituba), falou da data-base em maio e os estudantes do Vamos á Luta lembraram a luta contra o aumento da passagem de ônibus.

“Não aceitamos que o governo destine R$ 380 bilhões aos banqueiros por meio do pagamento da dívida interna e externa enquanto corta R$ 50 bilhões das áreas sociais. Não aceitamos que Dilma duplique o valor de seu salário e tente congelar o salário dos servidores. Não é possível que o assalariado ganhe R$ 545 enquanto um deputado recebe R$ 26 mil. Por isso lançamos nossa campanha salarial e seguiremos dialogando com a população. Desde já alertamos que se necessário for, se o governo endurecer e não negociar, lançaremos mão de nosso instrumento histórico de luta que é a greve, como é o caso dos servidores técnicos administrativos das universidades cuja greve inicia dia 28/03”, declarou Cedicio Vasconcelos no encerramento do ato público, antes de chamar a última música do grupo IAÇA.

Desabafo – Ao final da apresentação, a vocalista do IAÇA, Dea Palheta, que também é servidora pública federal, desabafou: “Eu também peço a palavra aqui. Sou sindicalizada no SINTSEP, sou Professora Drª, coordeno projetos de pesquisa, sou da cultura popular, da música. A gente vive a triste realidade das aulas práticas com nossos alunos da medicina veterinária da UFRA. Para dar aulas práticas precisamos dos projetos de pesquisa. Passamos por editais extremamente difíceis para conseguir o financiamento do projeto. Sem isso não há material para aulas práticas. Com esse corte esdrúxulo que aconteceu agora no orçamento isso vai piorar. É inadmissível pensar que o congelamento de um mês do pagamento dos juros da dívida externa e interna poderia nos dar um pouquinho de dignidade”.






VEJA AS RESOLUÇÕES DA PLENÁRIA DO SISTEMA DIRETIVO http://issuu.com/juliomiragaia/docs/resolu__es_plen_sist_dir



TRABALHADORES DA UFF

Aprovada a GREVE rumo ao reajuste!

A categoria aprovou a deflagração da greve no dia 28 (segunda). A assembleia realizada na tarde do dia 16 (quarta), no Bandejão, reuniu cerca de 250 pessoas e decidiu pela greve, sem votos contrários e apenas uma única abstenção. Os aplausos e entusiasmo dos presentes a cada fala já demonstravam a propensão da categoria pela greve.
  
http://www.sintuff.org.br/sintuffdigital/jornal.html

Foram aprovadas também diversas atividades, entre elas um ato contra a medida provisória 520 que entrega os hospitais nas mãos de empresas de capital privado (sexta, 17). Por fim, foram eleitos os delegados à Plenária da Fasubra. Apenas uma chapa se increveu (UNIDOS PRA LUTAR) e foi eleita com nenhum voto contrário e duas abstenções.
A próxima assembleia será no dia da deflagração da greve (28/3) para eleger o Comando Local e aprovar novas atividades. O sindicato pretende mobilizar ainda mais trabalhadores, no intuito de fortalecer a capacidade de mobilização por reajuste e demais reivindicações.
  
http://www.sintuff.org.br/revista_sintuff_04.pdf






 

  
http://www.sintuff.org.br/revista_sintuff_02.pdf








 






  
   























 

sábado, 19 de março de 2011

LIBERDADE PARA OS PRESOS POLÍTICOS DO GOVERNO DILMA E SERGIO CABRAL

Abaixo-assinado Libertação imediata dos 13 presos políticos, que protestavam contra a visita de Barack Obama ao Brasil.
Para:Sec. de Segurança; Sec. da Presidente da República; Sec. do Sérgio CabralNós abaixo assinados protestamos contra a prisão de 13 ativistas que participavam de uma manifestação pacífica contra a visita de Barack Obama ao país. A existência de presos políticos é um claro atentado contra as liberdades democráticas no país. Exigimos a libertação imediata e a revogação de todas as acusações.


Lista dos presos:

Gilberto Silva - eletricista
Rafael Rossi - professor de estado, dirigente sindical do SEPE
Pâmela Rossi - professora do estado e casada
Thiago Loureiro - estudante de Direito da UFRJ, funcionário do Sindjustiça
Yuri Proença da Costa - carteiro dos Correios
Gualberto Tinoco - servidor do estado e dirigente sindical do SEPE
Gabriela Proença da Costa - estudante de Artes da UERJ
Gabriel de Melo Souza Paulo - estudante de Letras da UFRJ, DCE UFRJ
José Eduardo BRAUNSCHWEIGER - advogado
Andriev Martins Santos - estudante UFF
João Paulo - estudante Colégio Pedro II
Vagner Vasconcelos - Movimento MV Brasil
Maria de Lurdes Pereira da Silva - doméstica

Os signatários

Libertação imediata dos 13 presos políticos, que protestavam contra a visita de Barack Obama ao Brasil. » CLIQUE E ASSINE: http://www.peticaopublica.com.br/?pi=PSTU