segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Bolivia: Agradecimiento a solidaridad internacional con marcha Tipnis

Carlos Rojas (La Protesta), Neide Solimões e Eduardo Magno (Dirigentes do SINTSEP/PA e da Unidos Pra Lutar)
Compañeros trabajadores del SINTSEP-PA (estatales de Pará)
Compañeros trabajadores de Unidos Pra Lutar
Compañeros de la Unidad Internacional de Trabajadores (Cuarta Internacional)

Nos dirigimos a ustedes para transmitirles el agradecimiento que muchas personas, tanto marchistas indígenas como de quienes estábamos movilizando en solidaridad, nos han hecho llegar a nosotros y muchas también personalmente a Neide y Eduardo, por su presencia militante en apoyo a la marcha indígena. Incluso los periodistas que los entrevistaron les manifestaron su agradecimiento por haber viajado desde Belem hasta La Paz para estar junto a nuestro pueblo en esta gran lucha.

Logramos un gran triunfo obligando al gobierno de Evo Morales a retroceder en su intención de hacer una carretera al servicio de las transnacionales Petrobrás, Total, Repsol y OAS, que había pactado con Lula. Ese triunfo se logró en primer lugar por la constancia y decisión de los indígenas que marcharon 67 días, pese a sufrir una brutal represión policial ordenada por el gobierno, y por la enorme movilización solidaria del pueblo boliviano. E indudablemente fue una gran ayuda la solidaridad internacional de indígenas, trabajadores, antiimperialistas y ambientalistas que se manifestaron de muchas formas desde sus países.

La llegada de Neide y Eduardo a recibir y acompañar en el último tramo a la marcha indígena, fue una expresión muy importante de esta solidaridad internacional.

Neide y Eduardo fueron al encuentro de la marcha indígena y marcharon junto a los compañeros de La Protesta en la columna de la Coordinadora por la Dignidad del Pueblo Alteño más de 20 kilómetros desde la tranca de Urujara hasta el centro paceño, durante casi 8 horas de caminata. Muchos manifestantes los reconocían por haber estado en TV, los saludaban y agradecían el apoyo.

Su presencia no pasó desapercibida. Neide habló en el multitudinario acto de la Plaza San Francisco, manifestando la solidaridad que traía de todos ustedes, contra las transnacionales brasileñas y junto a los indígenas y pueblo de Bolivia. También fue entrevistada por uno de los programas políticos radiales más importantes de Bolivia, el de Amalia Pando en radio Erbol en La Paz, por las TV Unitel y Red Uno, y su discurso en el acto se difundió por el programa Somos Sur Información de Gente para la Gente en Radio Cepja de Cochabamba.

Los compañeros también participaron en la reunión conmemorativa de la insurrección popular de Octubre del 2003 en El Alto, que contó con las ponencias de Florián Calcina, Julio Quilali y Carlos Barrera, todos dirigentes de la FEJUVE de la guerra del gas y dirigentes de La Protesta, y en el homenaje a nuestros mártires. Por eso queremos también agradecer la presencia de los compañeros Neide y Eduardo en nombre de los “guerreros del gas”, con los cuales compartieron la marcha indígena.

Agradecimos personalmente a los compañeros y queremos ahora extender ese agradecimiento a los trabajadores empleados públicos y universitarios de Pará, que deben estar orgullosos de tener dirigentes sindicales tan comprometidos y solidarios; a todos los compañeros de Unidos Pra Lutar que difundieron nuestra lucha y comisionaron a los compañeros para traernos la solidaridad; y a la Unidad Internacional de Trabajadores (Cuarta Internacional) cuya actividad internacional militante solidaria, de difusión de nuestra lucha y envío de firmas de apoyo, posibilitó este contacto y esta visita de los compañeros.

Creemos que este es un ejemplo de internacionalismo entre los trabajadores, indígenas, y pobres de nuestros países que debemos profundizar, ante los planes cada vez más agresivos de las transnacionales con la complicidad de los gobiernos capitalistas como los que tenemos. Ese internacionalismo especialmente importante entre oprimidos de Brasil y Bolivia, por la relación de explotación y saqueo de Bolivia por parte de transnacionales brasileñas, que son también las que explotan a los trabajadores de Brasil.

Agrupación La Protesta (laprotestabolivia@gmail.com)
Carlos Rojas (La Protesta - ex ejecutivo FEJUVE El Alto 2005)
Carlos Barrera (La Protesta - ex vicepresidente FEJUVE El Alto 2003)
Julio Quilali (La Protesta - ex ejecutivo FEJUVE El Alto 2003)
Edwin Mamani (La Protesta Cochabamba)

La Paz, 26 de octubre 2011

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Recebida por uma multidão marcha Indígena chega a La Paz

Neide Solimões - Unidos e CST/PSOL - desde La Paz (19/10)
Ontem, todo o dia foi ocupado com a chegada da marcha em La Paz. Logo cedinho fomos entrevistados em uma Rede de TV, RED UNO. A mídia está dando muito destaque a presença de nós, dirigentes sindicais brasileiros, visto que a obra que pretende atravessar o TIPNIS é financiada pelo governo brasileiro e construída por uma empreiteira também brasileira, a OAS.
Por esta razão, durante a marcha, da qual participamos desde 9 h da manha até a entrada em La Paz mais ou menos às 16 horas, muita gente gritava: Brasil! E vinham nos cumprimentar.
As pessoas do povo que estavam aguardando a marcha para apoiar, nos diziam que era muito importante nossa presença e nosso apoio, foi muito emocionante. Depois que a marcha entrou no centro de La Paz, foi feita uma passagem pela frente do Palácio do governo e seguiu para praça S. Francisco onde está a vigília, onde já havia um palco montado para os pronunciamentos das principais lideranças. Falamos frente a uma multidão, e fomos muito aplaudidos, denunciando os grandes projetos, os interesses econômicos, as empreiteiras que financiam as campanhas do PT e do Lula, o roubo de gás boliviano pela Petrobrás, etc. Hoje tal vez tenhamos outras entrevistas uma em TV outra em rádi o. À tarde iremos para El Alto para uma atividade sobre o aniversário da guerra do gás.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

BOLIVIA: DELEGAÇÃO DE UNIDOS PRA LUTAR CHEGA EM LA PAZ

No dia 19/10 UNIDOS PRA LUTAR através de uma delegação de dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado do Pará (SINTSEP/PA), enviou para à Bolívia no sentido de prestar solidariedade aos trabalhadores, camponeses e indigenas que foram brutalmente reprimidos pela Policia do Presidente Evo Morales quando protestavam contra a construção de uma estrada que corta ao meio a reserva Tipnis (Território Indígena y Parque Nacional Isidoro Sécure), A companheira Neide Solimões (Servidora da FUNASA, da Coordenação Nacional de UNIDOS e da Executiva do SINTSEP/PA) e Eduardo Magno (Servidor da Universidade Rural do Pará, militante da UNIDOS, da Direção do SINTSEP e SINDTIFES).
Publicamos abaixo o dia a dia das atividades políticas de nossos companheiros no sentido de socializar com a militância de UNIDOS e com nossos amigos e simpatizantes essa importante experiência política de nossa Associação Nacional.

La Paz – Bolívia, 17 de Outubro de 2011.

“Chegamos às 20:30 h em La Paz e fomos diretos para a vigília dos movimentos sociais principalmente mulheres indígenas, que estão  acampados há 29 dias, esperando a marcha dos indígenas de Tipnis. Tiramos algumas fotos, que não será possível enviá-las agora, conversamos com muitos companheiros (as), distribuímos nossa carta de apoio de UNIDOS e de nossos companheiros (as) dirigentes e ativistas sindicais do Brasil, fomos bem recebidos. Amanha devemos ser entrevistados por Rádio ERBOL. O vídeo de apoio de militantes brasileiros, que fazem parte do comitê Xingu Vivo vai ser passado amanha no telap que tem na vigília. A marcha chega na quarta-feira, ainda não sabemos se vamos esperá-la ou encontrá-la. Nosso objetivo é de poder fazer parte da marcha, não apenas de sua recepção que está sendo preparada por ativistas sociais, que assim como nós, somos solidários e parte da luta em defesa dos direitos das populações indígenas e tradicionais. Amanha escrevo mais. O cyber já vai fechar”.

Neide Solimões e Eduardo Magno
SINTSEP/PA (UNIDOS PRA LUTAR)

La Paz – Bolívia, 18 de Outubro de 2011.

"Companheiros,
Passamos meia hora tentanto anexar fotos da vigília que está sendo feita na Praça S. Francisco, à espera da marcha de Tipnis mas não conseguimos. Vamos tentar outra vez à noite, com mais tempo. Nós já fomos no acampamento hoje pela manha. Vamos agora à radio Erbol. A expectativa é grande. Os jornais estao noticiando e a TV está mostrando a marcha que chega amanha e o pedido da comissao de direitos humanos da ONU pela garantia da integridade física dos marchantes. Hoje devem passar no telao da vigília o vídeo com o apoio de militantes do Xingu Vivo. A marcha chega amanhã."
Neide Solimões e Eduardo Magno (UNIDOS PRA LUTAR)

La Paz – Bolívia, 19 de Outubro de 2011
“Hoje, pela manha, fomos entrevistados em Rádio Erbol. Foi uma boa entrevista. Nos perguntaram acerca de qual a relação do governo do PT com as empreiteiras, falamos das Parcerias Público Privadas (PPP’s), das obras e das greves de Jirau, Santo Antonio e das obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas onde o governo fez aprovar no Congresso Nacional um Regime Diferenciado para Contratações Públicas (RDP)  que nada mais é do esconder as negociatas com as empreiteiras que poderiam reajustar os preços das obras, fazer aditivos financeiros, sem que com isso tivesse a fiscalização do ministério público e da sociedade. A relação do governo Lula, do governo Dilma e do PT com as empreiteiras tem sido através de empréstimos generosos do BNDES a juros “amigos”, é claro as empreiteiras estão entre as maiores doadoras de campanha do PT e gente graúda do PT e ligado ao governo já foram denunciados pro favorecimento e enriquecimento ilícito tal o grau de promiscuidade entre governo e empreiteiras.
Na entrevista pudemos contar com ajuda no idioma da Jornalista Amália Pando. Quando descemos para o térreo já havia uma fotógrafa de um jornal, Página 7, que tirou fotos e que disse que algum jornalista ia nos procurar. Mais tarde, perto de meio-dia, a fotógrafa com uma jornalista estiveram no hotel para marcar uma entrevista para amanha, dia 19, às 6 horas da manha. Vão nos buscar no hotel. Continuo com dificuldades de enviar as fotos, demora muito para anexar, mesmo que seja só uma.
Chama atenção a forma como o governo brasileiro e as empresas brasileiras, Petrobras, OAS, etc. são vistas aqui na Bolívia, é com se fossemos os Estados Unidos. Agora, eu e Eduardo vamos para vigília, lá encontraremos com alguns companheiros (as) que conhecemos aqui e vamos nos encontrar com a marcha dos indígenas. Que experiência. Por enquanto é só. Vou ver se à noite consigo enviar fotos".
Neide Solimões e Eduardo Magno (UNIDOS PRA LUTAR)

Ato Público das Oposições da APEOESP 07/10/11

Em resposta à ação antidemocrática da direção majoritária da APEOESP, Articulação Sindical, que na última assembleia da entidade, dia 02/09/11, não respeitou a decisão da categoria que votou para que se realizasse uma nova assembleia em 07/10 em continuidade da campanha contra a precarização do emprego, por reajuste real de salários, contra a reforma do ensino médio e por uma carreira que atenda as reivindicações dos professores, todos os setores de Oposição convocaram um Ato Público em frente à secretaria estadual de educação, exatamente na data votada pela categoria, que juntou mais de 200 militantes.
Além disso foram coletadas 18 mil assinaturas através de abaixo-assinados coletados entre os professores de todo o Estado, e uma comissão foi recebida pela assessoria do secretário que estava no interior.
A Unidos pra Lutar participou ativamente do ato, com sua militância de várias subsedes da capital, grande São Paulo e do interior do Estado.
Pela Unidos falaram a companheira Silvana, conselheira estadual, que destacou a luta que a nossa corrente sindical e as oposições têm contra a burocratização além da necessidade da conquista das nossas reivindicações nas lutas e nas ruas!
O companheiro Severino, diretor estadual, destacou a nossa luta contra a precarização do emprego e a necessidade de não recuarmos em nossas reivindicações.
Falou pela Unidos pra Lutar também o companheiro João Rosa da diretoria do sindicato dos Químicos de São José dos Campos, sindicato que gentilmente emprestou seu caminhão de som para a realização do ato, destacou a necessidade da unificação das lutas de várias categorias como bancários, trabalhadores dos correios e judiciários (categorias em greve) além de lembrar o ascenso das lutas no mundo, desde os ventos revolucionários da África, pela luta dos gregos e os indignados da Espanha, e das recentes mobilizações no centro do capital imperialista em Wall Street (EUA).
O ato se constituiu num importante polo de resistência, serviu para unificar os setores de oposição, para denunciar a falta de democracia interna na APEOESP, além de armar a categoria para os próximos enfrentamentos que teremos.
Marcos (Unidos pra Lutar)
Ato público


Silvana Soares e Severino Honorato (Unidos Pra Lutar), Pedro Paulo (APEOESP na Escola e na Luta)

Severino Honorato (Unidos Pra Lutar - Sub-Sede Sul)
João Rosa (Unidos Pra Lutar e da Direção do Sindicato dos Químicos de São José dos Campos-SP)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

UNIDOS PRA LUTAR NA IMPRENSA BOLIVIANA

Sindicatos brasileños apoyan la marcha indígena, repudian represión del gobierno de Evo Morales
http://www.cidob-bo.org/index.php?option=com_content&view=article&id=772:sindicatos-brasilenos-apoyan-la-marcha-indigena-repudian-represion-del-gobierno-de-evo-morales-y-ta&catid=82:noticias&Itemid=2

Sindicatos brasileños apoyan marcha indígena y repudian represión policial
http://www.erbol.com.bo/noticia.php?identificador=2147483950448

Sindicatos brasileños, repudian represión del gobierno de Evo Morales

Declaración de Unidos Pra Lutar
Miércoles, 5 de octubre de 2011
http://www.analitica.com/va/internacionales/opinion/6643767.asp








Aos Companheiros da Marcha do TIPNIS-BOLIVIA


Nós, ativistas e dirigentes sindicais brasileiros organizados na Unidos Pra Lutar, (Associação Nacional de Sindicatos Independentes) nos solidarizamos com a heróica Marcha Indígena em defesa do Tipnis (Território Indígena e Parque Nacional Isiboro-Secure).

Em primeiro lugar queremos repudiar a brutal agressão cometida pelas forças repressivas do Estado boliviano contra os participantes da marcha. Infelizmente, a história se repete. Como tantas vezes aconteceu com outros governos patronais e entreguistas, o atual, encabeçado por Evo Morales, não hesitou em violentar os direitos humanos e reprimir com selvageria os indígenas que, com justa razão, lutam contra a divisão e a entrega das terras do Tipnis às transnacionais.

Mas se Evo Morales esqueceu suas origens, não aconteceu o mesmo com as comunidades pobres e os trabalhadores. Ficamos comovidos com a solidariedade das populações de Rurrenabaque e San Borja que, com sua mobilização, forçaram a libertação dos dirigentes indígenas depois das brutais e arbitrárias prisões realizadas pela polícia e cujas imagens percorreram o mundo. Também parabenizamos a iniciativa da COB e outras organizações por realizar paralisações e mobilizações contra a repressão do governo e em defesa da Marcha. Isso demonstra que estão no caminho certo e que devem continuar com a luta para derrotar o projeto que pretende cortar o Tipnis.

Por outro lado, queremos expressar nosso repúdio ao ex. presidente brasileiro Lula. Em seu papel de representante do pretenso sub-imperialismo brasileiro para a região, ignorando a vontade dos indígenas bolivianos, viajou junto com a multinacional Construtora OAS (que financia as campanhas eleitorais do PT, partido do Lula) para “inaugurar” a estrada financiada pelo BNDES. Se como bem diz a companheira Justa Cabrera: “Evo Morales é capataz das transnacionais”, poderíamos dizer que aqui no Brasil o ex presidente Lula cumpre o mesmo papel. São as “novas lideranças do século XXI”, que chegaram ao poder pelas lutas populares e, quando empossadas, se voltaram contra elas para servir aos inimigos do povo.

No Brasil também estão acontecendo importantes lutas. Greves de trabalhadores bancários, das universidades, da educação estadual, dos correios e da construção civil, entre outras, que se somam aos protestos e fóruns contra a destruição do meio ambiente e das condições de vida da população, como acontece com a usina hidroelétrica de Belo Monte no estado do Pará. Nós, da Unidos Para Lutar, estamos apoiando essas lutas na tentativa de fortalecer uma nova alternativa de direção para os trabalhadores.

Do nosso posto de combate, como ativistas e dirigentes do movimento sindical brasileiro, queremos oferecer todo nosso apoio para que a Marcha dos indígenas do Tipnis, além de vencer todos os obstáculos para chegar à La Paz, seja vitoriosa. Ficamos à inteira disposição para ajudar no triunfo dessa luta. Para tanto será necessário, não simplesmente uma declaração de boa vontade do presidente Evo Morales ou a interrupção temporária da obra, e sim uma lei que acabe definitivamente com o Projeto de cortar o TIPNIS.

Valentes companheiros da Marcha Indígena do Tipnis: até a VITÓRIA FINAL!

Assina pela Unidos Pra Lutar: SINTSEP/PA - Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado do Pará - Brasil.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Haiti, país ocupado*

Consulte qualquer enciclopédia. Pergunte qual foi o primeiro país livre na América. Receberá sempre a mesma resposta: os Estados Unidos. Porém, os Estados Unidos declararam sua independência quando eram uma nação com seiscentos e cinquenta mil escravos, que continuaram escravos durante um século, e em sua primeira Constituição estabeleceram que um negro equivalia a três quintas partes de uma pessoa.

E se procuramos em qualquer enciclopédia qual foi o primeiro país que aboliu a escravidão, receberá sempre a mesma resposta: a Inglaterra. Porém, o primeiro paios que aboliu a escravidão não foi a Inglaterra, mas o Haiti, que ainda continua expiando o pecado de sua dignidade.

Os negros escravos do Haiti haviam derrotado o glorioso exército de Napoleão Bonaparte e a Europa nunca perdoou essa humilhação. O Haiti pagou para a França, durante um século e meio, uma indenização gigantesca por ser culpado por sua liberdade; porém, nem isso alcançou. Aquela insolência negra continua doendo aos amos brancos do mundo.

Sabemos muito pouco ou quase nada sobre tudo isso.

O Haiti é um país invisível.

Somente ganhou fama quando o terremoto de 2010 matou a mais de duzentos mil haitianos.

A tragédia fez com que o país ocupasse, fugazmente, as primeiras páginas nos meios de comunicação.

O Haiti não é conhecido pelo talento de seus artistas, magos do ferro-velho capazes de converter o lixo em formosura; nem por suas façanhas históricas na guerra contra a escravidão e a opressão colonial.

Vale à pena repetir uma vez mais para que os surdos escutem: O Haiti foi o país fundador da independência da América e o primeiro a derrotar a escravidão no mundo.

Merece muito mais do que a notoriedade nascida de suas desgraças.

Atualmente, os exércitos de vários países, incluindo o meu [Uruguai], continuam ocupando o Haiti. Como se justifica essa invasão militar? Alegando que o Haiti coloca em perigo a segurança internacional.

Nada de novo.

Ao longo do século XIX, o exemplo do Haiti constituiu uma ameaça paras a segurança dos países que continuavam praticando a escravidão. Thomas Jefferson já havia dito: do Haiti provinha a peste da rebelião. Na Carolina do Sul [EUA], por exemplo, a lei permitia encarcerar qualquer marinheiro negro, enquanto seu barco estivesse no porto, devido ao risco de que pudesse contagiar com a peste antiescravagista. E no Brasil, esse peste se chamava ‘haitianismo’.

No século XX, o Haiti foi invadido pelos ‘marines’, por ser um país inseguro para seus credores estrangeiros. Os invasores começaram a apoderar-se das alfândegas e entregaram o Banco Nacional ao City Bank de Nova York. E, já que estavam lá, ficaram por dezenove anos.

O cruzamento da fronteira entre a República Dominicana e o Haiti se chama El Mal Paso.

Talvez esse nome é um sinal de alarme: você está entrando no mundo negro, da magia negra, da bruxaria…

O vodu, a religião que os escravos trouxeram da África e que se nacionalizou no Haiti, não merece ser chamada de religião. Desde o ponto de vista dos proprietários da Civilização, onde não faltam fieis capazes de vender unhas de santos e penas do arcanjo Gabriel, conseguiu que essa superstição fosse oficialmente proibida em 1845, 1860, 1896, 1915 e 1942, sem que o povo prestasse atenção nisso.

Porém, desde alguns anos, as seitas evangélicas se encarregam da guerra contra a superstição no Haiti. Essas seitas vêm dos Estados Unidos, um país que não tem o Andar no. 13 em seus edifícios, nem a fila 13 em seus aviões, habitado por civilizados cristãos que creem que Deus criou o mundo em uma semana.

Nesse país, o predicador evangélico Pat Robertson explicou na televisão o terremoto de 2010. Esse pastor de almas revelou que os negros haitianos haviam conquistado a independência da França a partir de uma cerimônia vodu, invocando a ajuda do Diabo desde as profundezas da selva haitiana. O Diabo, que lhes deu a liberdade, enviou o terremoto como cobrança.

Até quando os soldados estrangeiros continuarão no Haiti? Eles chegaram para estabilizar e ajudar; porém, já se passaram sete anos e lá estão, desestabilizando esse país que não os aceita.

A ocupação militar do Haiti está custando às Nações Unidas mais de oitocentos milhões de dólares ao ano.

Se as Nações Unidas destinassem esses fundos à cooperação técnica e à solidariedade social, o Haiti poderia receber um bom impulso ao desenvolvimento de sua energia criadora. E, assim, se salvaria de seus salvadores armados, que têm certa tendência a violar, matar e contagiar com enfermidades fatais.

O Haiti não necessita que ninguém venha a multiplicar suas calamidades. Tampouco necessita a caridade de ninguém. Como bem diz um antigo provérbio africano, a mão que dá está sempre por cima da mão que recebe.

Porém, o Haiti, sim, necessita de solidariedade, de médicos, de escolas, de hospitais e de uma colaboração verdadeira que torne possível o renascimento de sua soberania alimentar, assassinada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo Banco Mundial (BM) e por outras sociedades filantrópicas.

Para nós, latino-americanos, essa solidariedade é um dever de gratidão: será a melhor maneira de dizer obrigado/a a essa pequena grande nação que, em 1804, nos abriu as portas da liberdade, com seu exemplo contagioso.

(Esse artigo é dedicado a Guillermo Chifflet, que foi obrigado a renunciar à Câmara de Deputados do Uruguai, quando votou contra o envio de soldados ao Haiti).

[Texto lido ontem pelo escritor uruguaio na Biblioteca Nacional, no marco da mesa-debate "Haití y la respuesta latinoamericana”, na qual participou juntamente com Camille Chalmers e Jorge Coscia].

* Eduardo Galeano (Escritor Uruguaio)



CAMPANHA: EXIGIMOS A LIBERTAÇÃO DE RUBÉN "POLLO" SOBRERO, DIRIGENTE FERROVIÁRIO COMBATIVO ARGENTINO

Na madrugada da sexta feira 30/09 foi detido o dirigente sindical argentino Rubén “Pollo” Sobrero,  dirigente ferroviário combativo da linha metropolitana Sarmiento, sob a falsa acusação de “queima de vagões de trem” nas estações de trem Cidadela e Haedo.

Sobrero é dirigente dos Delegados da linha Sarmiento, reconhecido lutador em defesa dos trabalhadores ferroviários, é contra a empresa privada que hoje controla a ferrovia, a TBA e opositor aos dirigentes da União Ferroviária.

A demonstração de falsidade desta acusação é que também está detido Leonardo Portoreal, que há anos que já não trabalha na empresa. Em Assembléia, os trabalhadores da linha Sarmiento resolveram entrar em greve exigindo a imediata liberdade de Sobrero e Portoreal chamando a solidariedade em defesa de seus companheiros.

Consideramos esta medida como criminalização da luta por parte do governo argentino e da empresa TBA. Sobrero e outros dirigentes combativos ferroviários já tinham sido acusados e absolvidos em outras causas similares.

Solicitamos desta forma que sejam libertados os trabalhadores injustamente acusados e detidos na Argentina.

Firman y adhieren a la campaña:


Nora Cortiñas (Madres Línea Fundadora), Adolfo Pérez Esquivel (Premio Nobel de la Paz), Alejandro Olmos Gaona, Atilio Borón, Padre Luis Farinello, Sindicato Ceramista de Neuquén (Ex Zanon), Flavio Bustillo y Pablo Villalba (Lista Bordó Unión Ferroviaria ex FFCC Roca), Comisión Interna de PepsiCo Snacks, Comisión Interna Gráfica Donneley (ex Atlántida), Comisión Interna Alicorp (ex Jabón Federal), Eduardo Saab y Carlos Platkowsky (delegados aeronáuticos de LAN Argentina), Myriam Bregman, Victoria Moyano y Alejandrina Barry (Centro de Profesionales por los Derechos Humanos), Carla Lacorte (víctima gatillo fácil), Graciela Monje, ex congresal y delegada Suteba Quilmes, Carlos Musante, Marisa Damiani, delegada Suteba Quilmes, Marisa Damiani, delegada Suteba Quilmes, Agrupación La Comuna, Bellas Artes Quilmes, Pablo Guidazio (delegado PAMI ATE- Berazategui), Junta Interna ATE IOMA La Plata, Silvana Pérez (Delegada de ATE y Delegada de Prensa JI Htal Centenario), Ricardo Rosales (Delegado de ATE Salud - Htal Neuquén), Verónica Arana (Delegada ATE - Centro de Salud Almafuerte - Neuquén), Flor Peralta (Delegada de ATE Salud - Htal Neuquén). Vallejos María Gregoria (Delegada ATE Salud - Htal Heller Neuquen), Antonietti Carola (Delegada ATE Salud - Htal Bouquet Roldan Neuquén), Daniela Aires (consejera directiva HCD de FFyH, UNCba), Carmela Paserini (vicepresidenta Centro de Estudiantes Francisco Pablo de Mauro, Córdoba), Secretaría General del CEFyL (UBA), Hugo Godoy (Secretario Adjunto ATE-Nacional); Carlos Chile CTA-Capital, José Luis Mataza Secretario General ATE Capital, CTA de Bahía Blanca; Raúl Godoy Sindicato Ceramista Zanón, Amacay Ardura y Juan Carlos Alderete CCC; Asociación Gremial de Trabajadores del Subterráneo y Premetro; Cuerpo de delegados Línea 60, Comisión Interna Hospital Garrahan, Comisión Gremial- Cooperativa de Trabajadores Solidarios en lucha Centro Cultural de la Toma, Cuerpo de Delegados de LAN Aeroparque Comisión Interna de Pepsico, Comisión nacional salvemos al tren; Corriente Político Sindical "Rompiendo Cadenas" y el Periódico Sindical “El Mortero”; Angélica Lagunas, minoría de Comisión Directiva de ATEN Neuquén, Liga Argentina por los Derechos del Hombre, Asociación de Ex Detenidos-Desaparecidos (AEDD), Liberpueblo, Coordinadora Antirrepresiva del Oeste, Centro de Profesionales por los Derechos Humanos (CEPRODH), Centro de Abogados por los DDHH (CADHU), CADeP-Coordinadora Antirrepresiva por los Derechos del Pueblo, Comité de Acción Jurídica (CAJ), Asociación de Profesionales en Lucha en el Polo Obrero (APEL), Agrupación por el Esclarecimiento de la Masacre Impune de la AMIA (APEMIA), Comision nacional salvemos al tren, , Eduardo Grüner (ensayista, docente FFyL -FSOC UBA); Pablo Rieznik (dirigente del Partido Obrero, docente FSOC-FFyL UBA); Marta Danieletto (FCS UBA); Mariano Millán (Docente FSOC UBA); Miguel Angel Mori (Escritor); Eduardo Mileo (escritor); Natalia Rizzo (Artista); Damián Melcer (FCS UBA); claudio remedi (cineasta). Claudia Venturelli (Docente FSOC-UBA), Pablo Bonavena (Docente FSOC UBA, coordinador asamblea de intelectuales en apoyo al FIT) Carlos Mangone (Docente FSOC UBA, Coordinador asamblea de intelectuales en apoyo al FIT), Hernán Camarero (Investigador principal del CONICET,Docente FFYL y FSOC UBA, coordinador asamblea de intelectuales en apoyo al FIT), Santiago Gándara (Sec.gral AGD UBA, docente FSOC), Enrique Carpintero (Psicoanalista, director de la revista Topía), Matias Eskenazi (Docente UNQUI, UADER), José Villarruel (docente FSOC y FFYL UBA), José Vazeilles (docente FSOC y FFYl UBA), Eduardo Sartelli (docente FSOC y FFYL UBA) Fabián Harari (Docente FFYL UBA), organización cultural Razón y Revolución, Graciela Molle (Docente CBC UBA), Federación de Trabajadores de la Energía de la República Argentina (FeTERA), Roberto Gargarella (Abogado Constitucionalista,Sociólogo,escritor y docente UBA), Axel Frydman (Periodista,Revista Herramienta), Alejandro Vainer (Psicoanalista, revista Topía), Hernán Diaz (Docente CBC), Cecilia Rossi (Docente FSOC y FCE UBA), Luis Garcia Fanlo (Sociólogo, docente FSOC UBA), Clara Marticorena (CONICET, Docente FSOC UBA), Guillermo Almeyra (Profesor universitario, Periodista del Diario La Jornada (México), Alejandro Horowicz (Sociólogo,ensayista, docente FSOC), Inés Izaguirre (co-Vicepresidente de APDH,docente FSOC), Silvia Guemerman (Docente FSOC), Alcira Daroqui (Directora de la carrera de Sociología de la UBA), Alejandro Schneider (Historiador,docente FSOC y FFYL, UBA y Humanidades UNLP), Luis Batherborde (Sociólogo,UBA), Juan Luis Hernandez (Docente FFYL UBA),Alejandra Glatzel (Consejera de junta de carrera Sociología UBA),Mariana Maañon (Socióloga,docente UBA), TPR - Tendencia Piquetera Revolucionaria,FEL - Frente de Estudiantes en Lucha,AVP - Agrupación Villera Piquetera,"Las Piqueteras" - Agrupación de Mujeres en Lucha.Juan Marino, dirigente de la TPR,Elizabeth Ovidio, viuda de Emilio Canaviri Álvarez, asesinado en el Parque Indoamericano,Matías Mlotek, miembro de la Coordinadora Unificada de Estudiantes Secundarios (CUES) de Capital Federal, Natsumi Shokida, miembro de Familiares y Amigos de Luciano Arruga, Agrupación Lista de maestros (CABA), Agrupación Hombre Nuevo, Ademys; Comisión Interna Palermo Parque (Telecom) Silvia Vermi, Viviana Carranza-Andrea Vallejos, Marcela Méndez, Norma Ríos Rosa roja (Presidenta Asamblea Permanente por los Derechos Humanos de Rosario, Claudia Consiglio (Sec. Gremial Suteba Escobar), Guillermo López (Cultura Indígena), Patricia Walsh (diputada nacional mandato cumplido), Oscar Kuperman (mesa nacional CUBa MTR-MIDO en la COD), Claudia Baigorria (Secretaria General CONADU HISTÓRICA/Secretaria Administrativa CTA Nacional), Colectivo Avanzar por la Unidad del Pueblo, Agrupacion Desde Abajo (Cadbury Kraft), Comisión interna Kraft, Comisión Interna RR Donnelley, Pancho Montiel (estibadores)

Pino Solanas diputado nacional Proyecto Sur; Victoria Donda y Claudio Lozano diputados nacionales de Frente Amplio Progresista; diputado nacional “Toti” Flores (ARI-Coalición Cívica), Jorge Mazzitelli (PSA-Proyecto Sur). Vilma Ripol, Marcelo Parrilli (MST-Proyecto Sur), Ariel Godoy (PCR), Jorge Altamira (Partido Obrero); Cristian Castillo (PTS), José Castillo (Izquierda Socialista); Liliana Olivero legisladora Córdoba (IS-FIT), "Chino" Heberling (Nuevo MAS)

Internacionales:

Venezuela: Orlando Chirino dirigente sindical CCURA-Venezuela, José Bodas Secretario General FUTPV(Petroleros Venezuela), Miguel Angel Hernández de la Unidad Socialista de Izquierda; República Dominicana: Comisión Internacional de la LST/CURR;



Brasil: de Associação Nacional de Sindicatos Independientes UNIDOS PRA LUTAR Sindicato dos Químicos de São José dos Campos – São Paulo, Sindicato da Alimentação de São José dos Campos – São Paulo, Sindicato dos Servidores Municipais de Jacareí – São Paulo, Neide Solimões – Executiva Nacional da CONDSEF e do SINTSEP-PA (empregados públicos), Cedicio Vasconcelos – Coordenador Geral do SINTSEP-PA (empregados Públicos), Marcio Lima Amaral – Presidente do SINTRAM (Rodoviários de Ananindeua e Marituba), Reginaldo Cordeiro – Diretor Financeiro do SINTRAM (Rodoviários de Ananindeua e Marituba), Celso Ricardo – Coordenador Geral do SINDTIFES (Empregados públicos da Universidade Federal do Pará – UFPA), Carolina de Melo – Diretora do SINDTIFES, Silvia Letícia Luz, Andreia Solimões – Delegadas de Base do SINTEPP/ Belém/PA. (Professores Estaduais), Edilane Cabral – Sub-Sede do SINTEPP Santarém, Joyce Cordeiro – Sub-Sede do SINTEPP Marabá, Dorinaldo Malafaia – Presidente do SINDSAÚDE – Amapá, Maria Leia – Sec. De Finanças do SINDSAÚDE – Amapá, Pedro Rosa Cabral - Diretor da Fasubra e Coordenador Geral do Sintuff, Izabel Cristina Firmino - Coordenador de Finanças do Sintuff, Ligia Regina Antunes - Coordenadora Geral do Sintuff, Gelsimar Gonzaga - Presidente do Sindicato dos Municipários de Itaocara-Rio de Janeiro, Julieta Lui – Direção Estadual da APEOESP – Regional São Carlos/SP, Suzete Chaffin – Conselheira Regional da APEOESP – Regional Jacareí/SP, Alessandro de Castro – Oposição Municipais de Guarulhos.


CSP-Conlutas exige fim às perseguições e liberdade imediata de dirigentes sindicais presos na Argentina

Desde o Brasil nos somamos às organizações, sindicais, políticas e sociais argentinas que se manifestam contra a prisão de Rubén “Pollo” Sobrero, dirigente da Unión Ferroviaria, seccional Haedo  e dos outros quatro companheiros integrantes de la Lista Bordó antiburocrática.

As acusações feitas aos companheiros são verdadeiras fraudes, utilizadas para atacara o direito de organização e manifestação dos trabalhadores.

O desmonte e sucateamento dos transportes bem como de todo os serviços públicos que levaram aos acontecimentos do último mes de maio tem responsáveis. Os governos que passaram nos últimos anos na Argentina para atender os intereses das grandes empresas multinacionais e dos bancos.

Não é um mero acaso, que um dos mais emblemáticos governantes da Argentina nos últimos anos, símbolo das privatizações e ataques contra os trabalhadores e o povo, Carlos Menen acaba de ser absolvido em processo onde é acusado de corrupção.

Os verdadeiros responsáveis e corruptos são absolvidos enquanto dirigentes e ativistas da clase trabalhadora são procesados, presos e ameaçados de condenações absurdas.

Nós, da CSP Conlutas (Central Sindical e Popular – Conlutas) em nome de nossos cerca de 3.000.000 de trabalhadores e trabalhadoras organizados em nossos sindicatos, movimentos populares e da juventude expressamos nossa irrestrita solidariedade com o companheiro “Pollo” Sobrero e demais companheiros presos.

Exigimos a imediata libertação dos companheiros e a anulação de todo os processos contra os companheiros bem como o fim de todos os processos e perseguições dos lutadores e ativistas dos movimiento operário e popular.

Viva a luta dos trabalhadores!!!
Abaixo a criminalização das lutas e resitência dos trabalhadores e do povo!!
Liberdade para “Pollo” Sobrero e demais companheiros!!
Viva a luta internacional dos trabalhadores!!


Dirceu Travesso
Secretaria Nacional Executiva
CSP Conlutas