sábado, 14 de abril de 2012

COMBATER A TRIPARTITE DA CONSTRUÇÃO CIVIL: A direção majoritária da Csp-Conlutas (PSTU) novamente legitima armadilha do governo e dos patrões


O ano de 2012 é novamente marcado por greves. Nos canteiros de obra assistimos uma nova rebelião que paralisou milhares de operários. Jirau, Santo Antonio, Belo Monte, Comperj são os maiores exemplos. São greves por salário e condições de trabalho, marcadas pela indignação das bases contra os burocratas sindicais.

O governo Dilma, os Empresários e os dirigentes sindicais vendidos estão desesperados porque não conseguem conter as lutas. Demitiram em Jirau, mandaram a força nacional para Belo Monte, mas nada detém a força dos trabalhadores. Querem abafar a luta nos canteiros para garantir o cronograma das empreiteiras (doadoras de campanha) e utilizam as centrais pelegas para esse fim (CUT, CTB, Força, CGTB, UGT, etc).

Ano passado, após a primeira rebelião em Jirau e as greves em inúmeras obras do PAC e da Copa, eles convocaram uma comissão tripartite (centrais sindicais, empresas e governo), para passar a idéia de que medidas efetivas seriam tomadas. No entanto, o único resultado prático foi a demissão de mais de 4 mil operários de Jirau. Ficou claro o caráter anti-operário desse fórum, cujo respaldo foi dado pelas centrais participantes. Agora, passado um ano de suposta “negociação”, onde nada melhorou para os trabalhadores, e frente a uma nova onda de greves nas obras, eles apresentam um “compromisso nacional da indústria da construção” com todo um palavreado de “melhorias” sem nenhuma medida concreta. Há uma série de boas intenções genéricas no papel, para levar ao inferno efetivo do pacto social: governo, empresários e centrais estão interessadas mesmo é na “redução dos conflitos”. Daí a instalação de uma “mesa nacional permanente” do setor. Trata-se de repetir o filme que já assistimos nos dois mandatos de Lula, com a “mesa de enrolação permanente” dos servidores federais, setor que naquela época era a vanguarda de luta contra a política de ajuste do PT. Assim a tripartite se propõe a discutir tudo, para nada resolver sobre o aumento salarial e a pauta das greves.

O que é mais absurdo é que em nenhum momento se consultou os operários nos canteiros. Os novos lutadores que estão surgindo e estimulam as greves, nunca foram considerados nem consultados!. A democracia operária passa longe da tripartite e da “mesa permanente”. É o peão de base que pega spray de pimenta na cara, que enfrenta a polícia e coloca o emprego em risco quem deve falar sobre suas pautas. É a comissão de base que deve negociar e tudo deve ser decidido em assembléia. E a tripartite é o contrário disso, ela está fundamentada na concepção da reforma sindical e trabalhista, onde as centrais negociam em nome das categorias e da base.

Desgraçadamente os companheiros da direção majoritária da CSP-CONLUTAS (PSTU) decidiram voltar para a tripartite por resolução de sua secretaria executiva nacional e vão compor a “mesa nacional” da construção civil. Os companheiros tinham se retirado da tripartite um mês depois das demissões do ano passado, mas parece que não tiraram nenhuma conclusão daquele fato e do papel anti-operário que joga esse fórum. Trata-se de um erro que legitimará uma política que não resolverá a degradante situação das condições de trabalho, o arrocho salarial e a ausência de direitos sociais impostas pelas empreiteiras e pelo governo Dilma.

Os companheiros afirmam que vão representar as greves e as lutas dos canteiros, no entanto nenhum operário de Jirau, Belo Monte ou Comperj autorizou a CSP-CONLUTAS a negociar e participar nessa mesa traidora em nome dos trabalhadores em greve. O pior é que esse discurso confunde os trabalhadores, pois passa a idéia de que a tripartite é um espaço para ser “disputado”. Mas isso não é verdade, é um fórum de engravatados onde a burocracia se sente bem e onde os grevistas são tratados como um problema a ser eliminado. Não há lugar para os grevistas na tripartite, ele é o espaço da preparação da derrota das greves e da cooptação de lideranças. Aliás é bom que se diga que nenhum fórum tripartite serviu aos trabalhadores: as câmaras setoriais do setor automobilistico nunca resolveram os problemas do metalurgicos da GM, por exemplo. Por isso toda a esquerda sindical sempre foi contra essa política e nunca participou desses espaços.

O que a direção majoritária da CSP-CONLUTAS (PSTU) não diz é o que mudou na tripartite, durante o último ano, para justificar seu retorno para o mesmo espaço com o qual haviam rompido em 2011. Se naquele momento era errado permanecer na tripartite, muito pior é agora retornar pra lá.

A nova postura da CSP-CONLUTAS, participando desse espaço, é aplaudida pelo governo, ao ponto do Ministro Gilberto Carvalho, em discurso de lançamento do “compromisso nacional”, citar a importância do retorno da Conlutas para a tripartite. Esse debate ganha mais importância pelo fato de que alguns sindicatos da construção civil estão filiados a CSP-CONLUTAS, o que lhes daria motivo para começar a batalhar para construir um pequeno polo alternativo, disputando a direção das greves e combatendo a política de pacto social do governo, empresários e das centrais pelegas. No entando, a definição da Secretária Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS impede essa batalha e a acaba sendo funcional a linha dos patrões, do governo e da burocracia sindical porque dá um verniz “plural” a esse fórum. Trata-se de um claro giro à direita da direção majoritária da CONLUTAS (PSTU) em função, inclusive, de legalizar essa central e manter a mesma política aparatista que gerou a ruptura do CONCLAT. Não é a toa que a CONLUTAS não lançou nenhuma nota ou campanha contra a corrupção de Lupi no Ministério do Trabalho. Por isso vendem a ilusão da negociação com o governo e os patrões, feita de costas para os trabalhadores, ao invés de apoiar a negociação dos próprios grevistas.

Mesmo após a assinatura do acordo e da instalação da mesa nacional, as greves seguem ocorrendo. A tarefa imediata é apoiar essas greves, esclarecer a todos os ativistas a importância da organização e de um programa. Deve se privilegiar ouvir e/ou conformar comissões de base de cada greve, em cada canteiro, ao invés de confiar numa formalidade assinada entre os que atacam e os que traem os trabalhadores. A bronca contra os pelegos e o arrocho salarial deve ser canalizada para desmascarar a política de Dilma e do PT.

A onda de greves nos canteiros já demonstrou que é possível obter conquistas priorizando a mobilização, sem confiar nas centrais e sindicatos pelegos. Ou nos casos onde não se avançou economicamente, o conflito serve para forjar, lentamente, uma nova leva de lutadores. A Unidos Pra Lutar estará junto aos piquetes dos trabalhadores, se colocando como um ponto de apoio e de solidariedade aos novos ativistas para que as greves sejam vitoriosas e para ajudar a construir, pela base, uma nova direção para o movimento operário brasileiro.

Compromisso nacional da indústria da construção, dos sindicatos amigos do patrão e do governo é enrrolação! Nenhuma confiança nas centrais que traem os trabalhadores! Abaixo a tripartite! Que a base decida! Que os grevistas negociem!

COORDENAÇÃO NACIONAL DE UNIDOS PRA LUTAR

São José dos Campos - São Paulo - 13/04/2012

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Presidente do Sinpeem, Claudio Fonseca (PPS) encerra a greve desrespeita a decisão assembléia.

A greve da educação municipal de SP estava forte há uma semana (desde 02/04) com indíces de paralisação sempre na casa dos 60%. Nenhuma das reivindicações foram atendidas pelo governo, entre as principais, a garantia de férias coletivas e recesso aos profissionais dos CEIs (centros de educação infantil) e EMEIs (escolas municipais de educação infantil), a incorporação de todas as parcelas da política salarial apresentada ano passado (reajuste em 4 parcelas: 2011, 2012, 2013 e 2014), contra a política de terceirizações, em defesa da carreita pública no magistério e pela melhoria das condições de trabalho.

No dia 10/04 realizou-se mais uma assembléia com mais de 6.000 participantes, diante da negativa de propostas do governo, procedeu-se as intervenções a favor e contra continuidade da greve. A maior parte dessas intervenções foram no sentido de manter a greve, inclusive a Unidos pra Lutar usou o microfone para defender a greve e denunciar o governo Kassab que não atende as reivindicações e, ao mesmo tempo, deixa de gastar a verba total de orçamento com a educação.

Todas as intervenções em defesa da continuidade da greve foram saudadas pela assembléia com palmas e gritos. Quando da votação, confirmou-se essa tendência com 2/3 dos presentes votando a continuidade da greve, com nova assembléia na quinta feira.

Qual não foi a surpresa de todos/as quando o presidente do sindicato anunciou o resultado da votação, dando a vitória à proposta de fim da greve e encerrando a assembléia!!

O que se viu na sequência foi a permanência de toda os presentes exigindo que fosse reaberta a assembléia através de palavras de ordem, o presidente permaneceu no caminhão de som e solicitou a presença da PM para sair "escoltado" pela polícia!!

Um total desrespeito à decisão da base da categoria que votou pela continuidade da greve!!

Desse fato temos duas coisas em destaque: a primeira é que ficam claras as opções do setor majoritário da entidade e, sobretudo do seu presidente que é vereador da base de Kassab em derrotar a greve e ajudar o governo. Nesse sentido temos um sério problema nas mãos, o sindicato, com essa política, está atrelado ao governo e perdeu sua independência de classe. Precisamos resgatar esse princípio fundamental para a luta dos trabalhadores.

Uma segunda coisa foi a verificação da disposição de luta da categoria, que não arredou o pé da assembléia, quando do golpe do presidente, exigindo que ela fosse reaberta e sua decisão respeitada.

Nesse sentido, o desafio ao que querem lutar com independência de classe e princípios classistas, é organizar a resistência contra o governo e, ao mesmo tempo, contra o governismo dentro do sindicato. Precisamos definir uma política consciente e forte para tirar o governo de dentro do Sinpeem.

São Paulo - SP, 12 de Abril de 2012

Unidos pra Lutar
Associação Sindical



quarta-feira, 11 de abril de 2012

SOS METALÚRGICOS: NOTAS DE RESPOSTA DA UNIDOS, DA INTERSINDICAL A CARTA DO PSTU




EM RESPOSTA À NOTA CALUNIOSA DO PSTU
Fonte: Unidos Pra Lutar - Júnior da STX - Marcelo STX

Mais uma vez o PSTU lança uma série de ataques e calunias na tentativa de ocultar seus erros, ainda que para isso agrida gratuitamente correntes e dirigentes da esquerda. Expõem organizações e principalmente a chapa, numa nota totalmente descabida e irresponsável, publicada em seu site e amplamente divulgada nas redes sociais, onde afirmam: “Um grupo de pessoas comandado por dirigentes de correntes internas do PSOL (Rosi Messias e Jessé Brandão pela CST/Unidos Pra Lutar; Índio e Gegê também dirigentes da Intersindical-Nova Central) invadiram a sede do PSTU na cidade de Niterói, agredindo verbalmente e ameaçando fisicamente as(os) militantes do partido que lá se encontravam. Só se retiraram do local com a chegada de mais companheiros que exigiram que deixassem o local.” E na pretensão de agravar ainda mais os fatos agregam: “Não bastasse esse lamentável acontecimento, militantes do PSTU e da CSP-Conlutas agora estão recebendo ligações telefônicas com ameaças de morte e de agressão física.”

Antes de tudo, queremos dizer que se verdadeiras essas ameaças, nos propomos, junto com vocês, além de lançar uma campanha pública em defesa dos companheiros do PSTU e da CSP-Conlutas, entrar na justiça para que sejam investigadas essas ligações e punir os covardes que realizam tais ameaças.

Mas os fatos que interessam são outros, mais simples, ainda que graves, tanto pelo o que está em jogo como pela forma burocrática e impositiva com que o PSTU atua permanentemente.

Estamos em meio a eleição do sindicato dos metalúrgicos de Niterói, entidade dirigida pela burocracia da CUT há mais de 20 anos. Neste processo surgiu uma chapa de oposição, a SOS Metalúrgicos formada por uma vanguarda de trabalhadores independentes que reivindicam a Intersindical, a CSP-Conlutas e a Unidos Pra Lutar. Depois de muitos anos de controle da burocracia, surge então a possibilidade real de retomar o sindicato das mãos da patronal para o controle dos trabalhadores. Esse sentimento de mudança, que se expressa na Chapa 3, é o que tem atraído importantes setores da base. Por isso a Chapa vem sofrendo ataques da burocracia que desde a Comissão Eleitoral, onde a burocracia é maioria, impugnou 7 de nossos companheiros.

Por conta disso, fizemos uma reunião no dia 28/04 às 21h na sede do SINTUFF, com a presença dos companheiros da CSP-Conlutas, da Unidos pra Lutar, da Intersindical e do MÊS, para discutir esta situação. A Conlutas opinava que a única saída era entrar na Justiça. A Unidos Pra Lutar, a Intersindical e o MES, concordavam que deveríamos entrar com o pedido de liminar, porém que era fundamental ter em mente que essa tática tinha um limite e que deveríamos nos preparar para substituir nomes caso a liminar fosse indeferida. Nosso entendimento partia da premissa de que a justiça burguesa não é nosso campo privilegiado de atuação. De forma positiva chegamos a um acordo: entraríamos com o pedido de liminar, sob responsabilidade do advogado da CSP/Conlutas, e se até o dia 30/03 a liminar não saísse, efetuaríamos de maneira comum e unificada a substituição dos nomes, para que a Chapa não fosse impugnada. Vale ressaltar que o advogado da Chapa foi indicado pelo PSTU e o representante da chapa na comissão eleitoral é do PSTU e que somente eles poderiam formalizar a troca de nomes.

Esse prazo não foi cumprido pelos companheiros da CSP/Conlutas e, para o desespero nosso e da ampla maioria da chapa, já não atendiam nossas ligações ou então nos enrolavam com desculpas. O mais grave foi que o Paulinho (CSP/Conlutas), que encabeça a chapa e é o representante da SOS Metalúrgicos junto à Comissão Eleitoral desapareceu, desligou o celular e não atendia ao telefone da sua residência, desde o dia 29/03 até 02/04, provavelmente para não ter que responder sobre o acordo que não cumpriram. Fomos obrigados a aguardar até segunda-feira, dia 02/04, último dia para a substituição segundo a Comissão Eleitoral. Vale ressaltar que caso a substituição dos nomes fosse necessária e após isso conseguíssemos a liminar, os 07 companheiros impugnados voltariam a compor a chapa.

Tivemos essa posição porque nossa preocupação, assim como da maioria dos metalúrgicos da Chapa, era garantir a inscrição da mesma. Enquanto que a única preocupação do PSTU era garantir sua suposta hegemonia na Chapa. Propusemos resolver o impasse por meio de reunião da Chapa, sendo que o PSTU se negou a reunir permanentemente.

Preocupados com esta indefinição e com a estabilidade no emprego dos integrantes da SOS, que ao enfrentar os burocratas arriscam seu trabalho e o sustento de suas famílias, vários companheiros Metalúrgicos, acompanhados por dirigentes e militantes da Unidos e da Intersindical foram até a sede do PSTU na tentativa de falar com o candidato à presidência. A primeira surpresa foi que ali estava o Presidente da chapa assistindo um filme. Neste ponto cabe esclarecer que não arrombamos portas nem fechaduras. Entramos como entraríamos em qualquer lugar, como uma sede de um partido de esquerda em horário de funcionamento, o que descaracteriza a acusação do PSTU de que invadimos sua sede. Poderíamos ser acusados de invadir assembleias legislativas, prédios públicos, fazendas, sindicatos burocráticos, mas não a sede de um partido de esquerda com quem estamos atuando juntos, mesmo com diferenças e dificuldades típicas dos processos feitos ao lado do PSTU. Entramos para fazer uma discussão sobre os erros que estavam sendo cometidos, mas o PSTU não tinha nenhum interesse em discutir conosco. Queria impor sua vontade e pronto. Por isso não aceitou nossa chegada e a considerou uma invasão. Foi em meio a essa discussão entre integrantes e apoiadores da Chapa que dirigentes do PSTU, que chegaram após nossa entrada, nos expulsaram de sua sede. Pior ainda, numa atitude insólita, para não dizer patronal, ameaçaram até chamar a Policia para nos prender!

Acusar de “gangster” nossos dirigentes por acompanharem a chapa nessa justa tarefa de tentar cumprir um acordo firmado é um ato caluniador e divisionista. E justamente em meio ao processo eleitoral acaba por beneficiar os patrões e a burocracia que dirige o sindicato dos metalúrgicos, fragilizando nossa chapa de oposição. É um comportamento completamente errado dentro de uma chapa composta por setores que reivindicam outra prática de movimento sindical.

A prática hegemonista do PSTU e da CSP Conlutas não são novidade na esquerda brasileira. No inicio da formação da Chapa dos metalúrgicos, impuseram sua maioria nos cargos, sem que isso se confirmasse no seu peso na base. Romperam o CONCLAT abortando qualquer possibilidade de construir uma nova central sindical, por não aceitarem quem pensa diferente. Recentemente, no ANDES, por causa de cargos e hegemonia, acabaram levando a ruptura da corrente ANDES-AD, pois queriam controlar, controlar e controlar. Assim é em toda parte.

Todos que não aceitam este método hegemonista, como nós não aceitamos no CONCLAT, não aceitamos nos metalúrgicos de Niterói e não aceitaremos em nenhum lugar, sofrem ataques como este que estamos sofrendo agora.

A eleição de metalúrgicos se dá em meio a lutas que despontam em Niterói e em todo o país. São os trabalhadores de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte, são bombeiros e policiais militares, são rodoviários de Niterói, mesmo com o sindicato fazendo o jogo do patrão. Assim a eleição de metalúrgicos é de fundamental importância para o conjunto do movimento operário da região, do estado e do país.

Construir um sindicato sem atrelamento aos interesses das empresas, sem os burocratas sindicais fazendo o jogo do patrão, com práticas democráticas, de luta e que garanta a pluralidade de pensamento, é uma das nossas bandeiras fundamentais. Por isso fazemos um chamado à reflexão para que os companheiros do PSTU, com quem estamos compartilhando a Chapa 3, revejam seus métodos e atitudes e coloquem todo o peso de sua influência para conquistar uma vitória categórica no sindicato dos trabalhadores metalúrgicos de Niterói. Estamos em meio de uma importante batalha dos trabalhadores. Os chamamos a deixar de lado os métodos autoritários em prol da unidade para derrotar os patrões e a burocracia sindical. Agora temos a obrigação de marchar unidos para conquistar um importante triunfo para a classe trabalhadora.


1. Associação Nacional Unidos Pra Lutar
2. Júnior da STX (vice-presidente da Cipa da STX e candidato a Secretario Geral da Chapa 3 – SOS Metalúrgicos)
3. Marcelo da STX (candidato a Tesoureiro da Chapa 3 – SOS Metalúrgicos)

NOTA DA INTERSINDICAL, MES E CANDIDATOS DA CHAPA 3-OPOSIÇÃO METALÚRGICA
Resposta ao PSTU Niterói

Estarrecedora a nota publicada no site do PSTU sobre os acontecimentos envolvendo o processo eleitoral do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói. Como disse um companheiro numa outra situação envolvendo notas deste partido, pareceu-nos, a princípio, obra de algum hacker contratado pela chapa da CUT, que entrou no site do PSTU e colocou uma série mentiras a fim de destruir a chapa de oposição.

Infelizmente, mais uma vez não foi obra de um hacker, e sim manobras de alguns dirigentes do PSTU. E isso configura um fato muito grave para a esquerda brasileira, pois demonstra até que ponto a degeneração stalinista de mentir, caluniar e distorcer fatos corrompeu os métodos dos irresponsáveis que escreveram a referida nota.

Vários de nós tiveram dúvidas se deveríamos responder agora essa nota irresponsável, pois, ao contrário do PSTU, não queremos produzir armas e munição para a CUT atacar nossa chapa, que é composta por vários companheiros de luta, comprometidos única e exclusivamente com os interesses da categoria e com o projeto de transformação do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói em uma entidade de luta, combativa, autônoma e independente dos patrões, dos governos e dos partidos. Mas diante da caluniosa campanha contra os dirigentes das nossas organizações não tivemos como adiar essa resposta.

Aos fatos.

No dia 28/03, a comissão eleitoral dirigida pela CUT impugnou sete candidatos da nossa chapa, tentando nos tirar de uma eleição que no voto venceremos, se a eleição não enveredar para a fraude completa, e se a Conlutas parar de criar problemas para a chapa da oposição.

Naquela mesma noite (dia 28/03) fizemos uma reunião com o dirigente do PSTU Miguel Malheiros, “responsável” pelo setor deles na chapa de oposição. Saímos da reunião com um acordo de que o advogado indicado por eles entraria no outro dia na justiça para garantir a candidatura dos “impugnados” e, se até o prazo estabelecido pelo edital que convocou a eleição, não tivéssemos sucesso na medida judicial, a chapa iria substituir os candidatos impugnados. Restou acertado, também, que os dois campos da chapa deveriam providenciar candidatos suficientes para garantir a substituição.

Dos sete impugnados, seis foram indicados pelo campo da Conlutas e um do nosso campo. Cabe lembrar, também, que dos sete impugnados, cinco são aposentados.

O advogado indicado pela Conlutas só ingressou com a medida cautelar dois dias depois, na sexta-feira. O prazo para eventuais regularizações estabelecido pelo edital que convocou a eleição terminava na segunda-feira, dia 02/04.

As 11h da manhã da segunda-feira, dia 02/03, prazo final de regularização, três advogados e dirigentes da Intersindical, MES e Unidos pra Lutar, fomos para o TRT da cidade acompanhar o andamento do processo. Lá encontramos o advogado indicado pela Conlutas que ingressara com o pedido de medida cautelar. Este advogado, na presença de outra advogada militante do PSTU, nos afirmou que a decisão judicial poderia ser qualquer coisa, principalmente porque o juiz que até então acompanhava o processo se declarou incompetente e determinou a redistribuição do processo.

O advogado indicado pela Conlutas afirmou, ainda, que diante daquela situação, o correto seria substituir os candidatos impugnados, fazendo uma ressalva na ata de substituição garantindo que, caso a justiça concedesse o registro aos impugnados, a substituição seria anulada.

Esse procedimento, aliás, é muito comum em situações como esta.

Qual não foi nossa surpresa ao saber que mesmo assim o PSTU não aceitava cumprir o acordo de fazer a substituição, colocando em risco a possibilidade de a chapa concorrer e, muito mais grave, colocando em risco de demissão os candidatos que estão na ativa (20 companheiros) sem estes sequer terem o direito de disputar o pleito.

Nosso setor preparou um documento com a assinatura da maioria da chapa exigindo a substituição dos impugnados.

Faltando cerca de uma hora para terminar o prazo estabelecido pelo edital que convocou a eleição, fomos à sede do PSTU Niterói para conversar com o candidato a presidente da chapa (ligado à Conlutas) e chamá-lo à responsabilidade. Fomos acompanhados dos quatro candidatos que assinam essa nota, de três advogados e dos dirigentes da Intersindical e Unidos (os companheiros do MES ficaram preparando os últimos documentos necessários para a substituição).

Naquele momento, o encabeçador da chapa, ligado à Conlutas, precisava ir ao sindicato levar os documentos dos sete substitutos e ele mesmo faria a ressalva na ata, garantindo que caso a justiça garantisse a candidatura dos até então impugnados, a substituição também seria automaticamente anulada, como orientara o advogado da Conlutas (e também os nossos advogados).

Na sede do PSTU, conversamos tranquilamente por alguns minutos com o encabeçador da chapa que pediu para ligar para o advogado dele. Durante essa ligação, e temendo que o companheiro cedesse ao bom senso, os dirigentes do PSTU - Satanás e Tavares - com muita truculência, chegaram para nos expulsar de sua sede. Fomos expulsos e saímos.

Nossos advogados permaneceram e reuniram-se, por mais de uma hora na sede deles, com os dirigentes do PSTU, com dois candidatos da Conlutas presentes e o advogado deles, que chegara junto com Satanás e Tavares.

Essa foi, rigorosamente, a sucessão dos fatos que se deu com nossa ida à sede daquele partido. Não tínhamos e não temos nenhuma razão para, como eles mentirosamente disseram, “invadir” a sede deles. Fomos apenas tentar garantir o acordo que tínhamos feito com o PSTU, para que nossa chapa de oposição tivesse resguardado o seu direito de concorrer, em qualquer situação, com ou sem decisão judicial favorável.

A importância do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí

O Sindicato dos metalúrgicos com sede em Niterói representa os trabalhadores dos estaleiros da região, da indústria naval em pleno crescimento. O reaquecimento do setor levou a um expressivo aumento do número de trabalhadores, colocando-nos o desafio de reorganizar uma nova vanguarda de militantes, sem as frustrações do descenso dos anos 90.

Outro aspecto importante é que este sindicato irá representar os metalúrgicos de Itaboraí, onde fica localizado o COMPERJ, um imenso empreendimento que tem a perspectiva de gerar 300.000 empregos diretos e indiretos. Lembramos também que mesmo antes do seu funcionamento, o COMPERJ já tem sido palco de greves e de mobilização dos trabalhadores da construção civil. Sinal de que temos que estar preparados para as lutas de novo setor militante que está surgindo.

A vitória de uma chapa combativa para o Sindicato de Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí é parte da construção de uma nova direção para o movimento dos trabalhadores no Brasil. Por isso, achamos fundamental a unidade daqueles que defendem um sindicalismo combativo e de luta. A unidade não pode ser usada apenas como retórica ou autoproclamação. A unidade tem que se dar no respeito ao peso real na categoria, respeitando os acordos políticos e a vontade da maioria da chapa e da categoria. Não se constrói a unidade com autoritarismo, nem tampouco com calúnias e difamações. A história já nos provou isso.

INTERSINDICAL
MES - Movimento de Esquerda Socialista
E os membros da chapa 3 que foram conosco à sede do PSTU
José Batista Jr – Secretário-Geral da Chapa 3.
Marcelo Oliveira – Secretário Finanças da Chapa 3.
Nélio Botelho – Secretário Política sindical da Chapa 3.
Paulo Teixeira – candidato a diretor da chapa 3 (indicado para a chapa pela Conlutas).








segunda-feira, 9 de abril de 2012

Em assembleia, trabalhadores em educação do município de São Paulo decidem continuar a Greve.

Em assembleia quarta-feira, 4/04, cerca de 10mil trabalhadores do município de São Paulo decidiram continuar em greve. Os trabalhadores reivindicam antecipação das parcelas de 10.19% prevista para 2013 e 13.43% prevista para 2014, diminuição do número de alunos por sala, férias coletivas e recesso para todos os trabalhadores dos Centros de Educação Infantil (CEIs) e EMEIs, fim das terceirizações, diminuição do número de alunos por sala entre outras reivindicações. A proposta requentada da Prefeitura de 2011 e não cumprida, foi repudiada pela categoria.

A greve foi votada dia 28/3 após a pauta de reivindicação ter sido entregue em fevereiro. Sem resposta de Kassab/PSD, que no ano de 2011 enrolou a categoria e não cumpriu o acordo assinado, a categoria não teve dúvidas: votou um calendário de lutas para preparar a greve que iniciou dia 2 de abril com o índice excelente de 60% de paralisação já no primeiro dia, sendo ampliado com a ação dos comandos de greve. O presidente do sindicato (PPS) que faz parte da base aliada do prefeito Kassab/PSD, fez várias manobras para não reconhecer a votação expressiva favorável à greve. Mas a categoria, reconhecendo a manobra, começou a gritar greve e não houve outra alternativa se não anunciar a greve.

Kassab/PSD até tentou passar a falsa ideia de que está do lado dos trabalhadores, dizendo que é favorável a férias coletivas na Educação Infantil, mas a categoria não caiu nesse engodo. A Prefeitura deve garantir as férias coletivas e recesso na Educação infantil e garantir também o direito dos pais em ter atendimento nesses períodos.

A Unidos pra Lutar atua no SINPEEM (Sindicato dos Profissionais em Educação no Municipal-SP), com dois diretores, conselheiros regionais e representantes de escola que trabalham para a organização e mobilização da categoria, na construção e ampliação da greve, visitando escolas e participando dos comandos de greve.






quarta-feira, 4 de abril de 2012

Neide Solimões, do SINTSEP-PA, durante o sétimo dia de greve em Belo Monte

"Às quatro horas da manhã de hoje, 04 de abril, eu fui, junto com duas companheiras do Xingu Vivo  e um advogado da SDDH, para o cais, local de onde saem os õnibus para os diversos canteiros de obras da CCBM, chamados de sítios. Lá, as lideranças do movimento estavam conversando com os trabalhadores, convencendo-os de que deviam continuar a greve, haja vista que a empresa não havia negociado nada e que o sindicato pelego os traíra. E distribuiam o panfleto do sindicato que exigia segurança para quem queria trabalhar. Ao chegar junto deles me apresentei como Unidos pra Lutar e sindicato dos servidores federais e coloquei nossas entidades à disposição da luta deles. Falei que estava enviando notícias da luta deles para todo o Brasil e para o mundo. Eles agradeceram muito e pediram para agradecer ao sindicato e à Unidos.  Eles foram conversando com os trabalhadores e decidiram que não iam trabalhar enquanto não tivessem resposta positiva do Consórcio, e que iam nos ônibus para fechar a Transamazônica. Então pegamos carona nos ônibus com eles. Ao chegarmos, o primeiro ônibus estava atravessado na estrada (saída para Marabá), com um pneu furado. Os outros ônibus foram parando e os trabalhadores descendo. Não demorou muito para começarem a chegar as viaturas da Polícia Militar, junto com representantes da empresa. Começaram a chamar os trabalhadores, na tentativa de intimidá-los e convecê-los a irem trabalhar. Eles não arredaram pé da estrada. Apareceram alguns pelegos, querendo ir trabalhar e quase apanharam, foram chamados de "baba-ovo" "vendidos" e coisa do gênero. Depois chegou a ROTAM, empunhando armas e gás de pimenta. Tinha um policial nos filmado o tempo todo. Nós também os fotografamos e os filmamos. Por fim apareceu um policial, acho que era o comandante da tropa, se fazendo de negociador. Ia conversar com os representantes da empresa, depois com os trabalhadores. Por fim acetaram que hoje às 16 horas vai ter negociação. Conseguimos enfiar apenas o advogado da SDDH para entrar com a comissão de base. Todos estão sendo chamados para estarem no cais às 15 horas. O policial-negociador disse para alguns líderes que eles estavam se deixando manipular por pessoas de fora, se referindo a nós. Eles disseram que a greve era decisão deles e que nós estávamos dando apoio. Acontece que as principais lideranças estão (é o boato que corre) na lista de demitidos. Eles querem se desfiliar do sindicato-pelego. Colocamos nosso jurídico à disposição. E que é a comissão de base que tem que negociar em nome dos trabalhadores e qualquer proposta da empresa tem que ser levada para a assembléia geral decidir se aceita ou não. Que nem a comissão decida nem deixe o sindicato-pelego decidir. Tem que ser a base. Bom, hoje à tarde, depois da tal negociação volto a mandar informações."
Neide Solimões

terça-feira, 3 de abril de 2012

Repúdio a decisão da justiça que criminaliza e impede o Movimento Xingu Vivo de apoiar a greve de Belo Monte


Estão querendo impedir os movimentos sociais de apoiar a greve em Belo Monte. Querem também calar a única voz que vem realizando a cobertura da mobilização, o jornalista do Xingu Vivo, Ruy Sposati.

Neide Solimões, do SINTSEP-PA e da Unidos Pra Lutar, chegou na manhã dessa terça-feira, 03/04 em Altamira para acompanhar e apoiar a greve dos trabalhadores do canteiro de Belo Monte, paralisado há 6 dias.

A sindicalista informa que o juiz Wander Luís Bernardo, de Altamira, deu liminar ontem, 02/04, ao consórcio Belo Monte para impedir que lideranças de Altamira dêem apoio à greve dos trabalhadores da construção da usina no Xingu. A liminar é dirigida aos 4 integrantes do Xingu Vivo Antônia Melo, Mônica Brito, Lázaro Verçosa e Ruy Sposati.

Com multas diárias de R$ 5 mil e que podem chegar a até R$ 100 mil reais, a decisão significa uma afronta a liberdade de organização dos movimentos sociais e tenta inviabilizar que haja solidariedade de classe aos trabalhadores.

Com a decisão, a cobertura do dia-a-dia da greve pelo Movimento Xingu Vivo, que vinha ocorrendo através de Ruy, é censurada com o claro objetivo de impedir a população de ter acesso ao que se passa dentro dos canteiros.

A Unidos Pra Lutar faz um chamado aos movimentos sociais que cubram de solidariedade a greve nesse momento porque o objetivo do governo, do consórcio e justiça é justamente acabar com o heróica mobilização dos operários com todas as movimentações possíveis. Está em jogo o direito de manifestação, de autonomia dos movimentos sociais e de prestarmos solidariedade de classe. Chamamos também os jornalistas e o sindicato da categoria no Pará, o SINJOR a se somar a essa luta em defesa da liberdade de imprensa. Estamos colocando a disposição do movimento Xingu Vivo a assessoria jurídica do SINTSEP-PA (Sindicato dos Servidores Federais) para recorrer dessa decisão arbitrária.

Unidos Pra Lutar (Associação Nacional de Sindicatos)
SINTSEP-PA (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado do Pará)
SINTRAM (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba)
DCE UNAMA
Juventude Vamos à Luta 

Todo apoio à greve de Belo Monte!

Seguir o exemplo de Jirau e unificar as lutas!
Polícia usa spray de pimenta e bombas de gás contra trabalhadoresAs obras nas usinas de desenvolvimento acelerado foram paralisadas. As greves nos canteiros de Jirau e Santo Antônio duraram mais de 15 dias. Mesmo com o a ilegalidade da greve decretada pelo TRT local, os trabalhadores conseguiram reajuste de 7% para quem recebe até R$ 1,5 mil e 5% para quem recebe acima desse valor. Foi obtida também a reposição dos dias parados até o dia 10.

A segunda rebelião operária em pouco mais de um ano nas obras desta hidrelétrica mostra o caminho para os trabalhadores da construção civil a das outras categorias do país para derrotar o arrocho salarial e obter melhores condições de trabalho.

Em 5 meses, duas greves em Belo Monte
Trabalhador sendo preso
na segunda-feira, 02/04
Agora os 5 mil peões em Belo Monte impõe uma poderosa greve que já dura mais de 5 dias. Com a paralisação em Belo Monte, completa-se o quadro em que as quatro principais hidrelétricas projetadas pelo governo para a Amazônia com o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) foram paralisadas. Três delas por rebeliões operárias.

Na manhã dessa segunda-feira, 02/04, um trabalhador foi preso durante ação da Polícia Militar. Foram usadas bombas de gás e spray de pimenta e até um helicóptero, alugado pela Norte Energia, para o uso da Polícia e Defesa Civil que sobrevoa o local com fuzis apontados para os grevistas. O governo tem operado para encerrar na marra com as greves. Rapidamente mandou a Força Nacional de Segurança para Jirau e, com apoio do governo estadual, conta com forte aparato da PM. Por outro lado, adiantou o pagamento para essa segunda-feira para tentar desarticular o movimento.O Consórcio ainda distribuiu panfletos dizendo que “paralisação não é a solução”. Nada mais cínico! 

A morte do operário Francisco Lopes, de 34 anos, quando executava a derrubada de árvores, foi o estopim para a massiva adesão dos trabalhadores dos dois principais canteiros (de Belo Monte e Pimental) a paralisação. O movimento reivindica aumento salarial, diminuição do intervalo de tempo para poder visitar suas famílias de 6 para 3 meses, não-rebaixamento do pagamento e solução de problemas com a comida e água. Em novembro de 2011 já tinha ocorrido a primeira greve no canteiro por praticamente as mesmas pautas. É a segunda greve no canteiro da menina dos olhos do governo Dilma e do PAC em menos de 5 meses. Nada mudou de lá pra cá.

“Chinesas” relações de trabalho no PAC de Dilma
O jornalista Ruy Sposati, do Comitê Xingu Vivo, que acompanha a mobilização, conseguiu o seguinte depoimento de um operário: “A pauta é a mesma de antigamente: tudo o que está no acordo coletivo. Não cumpriram nada”, explica um dos trabalhadores. Segundo ele, apesar das greves e pressões realizadas no ano passado, que levaram a empresa a assinar o acordo coletivo, ao invés de melhorar, as condições de trabalho tem piorado.

O trabalhador morto em acidente, que, segundo operários prestava serviços para o CCBM, era da empresa terceirizada Dandolini e Peper, e estava trabalhando na derrubada de árvores no canteiro Canais e Diques. “Nós não temos segurança nenhuma lá. Falta EPI [equipamento de proteção individual], sinalização e principalmente gente pra fiscalizar”, reclamam os trabalhadores.

“Nosso ticket alimentação, por exemplo, é de R$ 95, enquanto em outras obras esse valor chega a R$200, R$300, desabafou um operário que não quis se identificar. Ele afirma que as condições de saúde, alimentação e transporte para os funcionários também são precárias (Jornal O Liberal 30/03/2012).

É lamentável também que até agora, o SINTRAPAV (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada e Afins do Pará), ligado a Força Sindical, que deveria representar a categoria, mantenha-se distante da realidade dos trabalhadores só vindo a Altamira depois de tragédias já anunciadas como a morte de um trabalhador. E quando vem é justamente para tentar desmontar a mobilização sem escutar a categoria. Dessa vez, diferente do ano passado, até o momento nem sinal do sindicato pelego, que privilegia uma negociação com o Consórcio Construtor, distante de onde se concentra a mobilização. 

As grandes obras explodem em mobilizações
Existe uma situação explosiva nas grandes obras no país além das greves nas hidrelétricas. Os 13 mil trabalhadores da construção civil da Comperj (Complexo Petroquímico do Estado Rio de Janeiro) – protagonizaram duas greves em menos de um ano. A última com mais de 30 dias de paralisação e com a justiça jogando o movimento na ilegalidade.

Operários na plataforma de São Roque do Paraguaçu, da Petrobrás na Bahia, entraram em greve também. Nas obras da copa, os trabalhadores do Estádio Arena das Dunas, no Rio Grande do Norte fazem paralisação por equiparação salarial com os operários de outros estádios que serão sede da Copa.

Os peões da construção civil de Fortaleza estão em data-base e já preparam greve por reajuste.

O ritmo acelerado das obras impõe aos trabalhadores condições precárias de trabalho. Esse tem sido o combustível que tem incendiado as mobilizações. O governo Dilma, finge que nada vê e silencia para os baixos salários, longas jornadas e falta de condições de trabalho. "Chinesas" relações de trabalho estão sendo impostas aos operários nesses canteiros.

A tripartite em Jirau e o acordo nacional são uma farsa! Nenhuma confiança nas centrais que traem os trabalhadores!
Quando explodiu a rebelião em Jirau de 2011, Dilma convidou todas as centrais do país para uma comissão tripartite (centrais sindicais, empresas e governo), para passar a idéia de que medidas efetivas seriam tomadas. As decisões sobre a situação da categoria em greve estavam sendo feitas sem a participação de nenhuma comissão de base que lutava. A medida tomada pelo fórum anti-operário foi demissões em massa com declarações de que “é um avanço, porque antes de ocorrerem as demissões serão negociadas com os sindicatos...” CUT, Força Sindical e toda máfia de centrais de aluguel acharam tudo normal. Isso na verdade significa um crime! Uma traição contra os trabalhadores!

Mesmo com acordo nacional, as greves continuam a ocorrer
No último dia 01/03, foi assinado em Brasília novo acordo nacional tripartite entre governo, centrais, empreiteiras e indústrias, que teria o objetivo de melhorar as condições de trabalho. Infelizmente, tal acordo ficou apenas nos papéis assinados, pois os trabalhadores seguem sendo submetidos a condições de trabalho que beira a escravidão.

A CSP Conlutas e o PSTU sempre foram contra as "Comissões Tripartites". Mas em 2011, na greve de Jirau rapidamente entraram. Ficaram calados e ajudaram a iludir os trabalhadores. Não falaram que quem devia negociar não era a CUT nem a Conlutas, senão os representantes da base, das obras! A situação chegou ao limite quando anunciaram as demissões e a Conlutas resolveu continuar na “comissão tripartite”. Só depois de algum tempo os companheiros saíram pela porta dos fundos da vergonhosa comissão que havia traído e atacado os trabalhadores.

Seguir o caminho de Jirau! Apostar na mobilização para vencer!
Assembleia dos trabalhadores em Jirau.
Foram 43 mil trabalhadores de braços cruzados.
É preciso aprender com as lições de Jirau e Santo Antônio que é a mobilização e a luta dos trabalhadores que será a ferramenta para arrancar salário digno e melhores condições de trabalho. A segunda onda de greves nestas usinas demonstrou que é possível obter conquistas priorizando a mobilização, sem confiar nas centrais e sindicatos pelegos que traem as greves.

Por isso não devemos confiar em nenhum espaço em que as centrais e sindicatos governistas queiram falar em nome de uma luta a qual eles não participaram. Está errada proposta dos companheiros da CSP Conlutas de defender a efetivação do acordo nacional feito entre governo, centrais pelegas e empreiteiras. Significa não consultar os trabalhadores sobre suas pautas mais sentidas. O mesmo acordo tem se demonstrado uma mera formalidade, pois as greves estão mostrando que o mesmo não foi aplicado. Deve se privilegiar ouvir as comissões de base de cada greve em cada canteiro ao invés de confiar numa formalidade assinada entre os que atacam e os que traem os trabalhadores.

É uma tarefa de todo o movimento sindical cercar de solidariedade a greve em Belo Monte e unificar as lutas em cursos nas diversas categorias. A Unidos Pra Lutar estará junto aos piquetes dos trabalhadores em Altamira, colocando toda a estrutura política a serviço que a luta seja vitoriosa.

- Todo apoio as greves em Belo Monte, Jirau e Santo Antônio e nas obras do PAC!
- Nenhuma confiança em negociações que não partam de comissões de base que representem os trabalhadores e suas pautas!
- Nenhum trabalhador deve ser demitido!
- Unificar as lutas em curso! Por um dia nacional de mobilização unificada!
- Até a derrota do governo e das empreiteiras!

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