quarta-feira, 11 de junho de 2014

Pela reintegração imediata dos 42 grevistas demitidos! Em defesa do direito de greve!


Os metroviários de São Paulo estão em meio a uma dura batalha. Após 5 dias de uma greve histórica com adesão de praticamente 100% da base da categoria, o governador Alckmin, desesperado pela força da mobilização, resolveu jogar duro, demitiu 42 grevistas, entre eles vários diretores do sindicato. Um claro ataque ao nosso direito de greve.

Alckmin provocou nossa categoria, escolheu os Metroviários para dar um recado ao conjunto da classe trabalhadora de São Paulo e do país de que os trabalhadores não podem lutar pelos seus direitos. Por isso, hoje a principal tarefa de cada trabalhador e cada ativista dos movimentos sociais em luta, é cercar de solidariedade os metroviários e lutarmos juntos pela reintegração dos demitidos.
A “justiça” mostrou mais uma vez que tem lado. Além de não fazer nada perante as demissões, aplica multas milionárias ao Sindicato dos Metroviários punindo a categoria pela greve. A mesma “justiça” que deixa soltos os responsáveis pela roubalheira dos tucanos no Metro, atua agora contra os trabalhadores e em defesa deste governo corrupto.


Se não reintegrar, São Paulo vai parar!
A assembleia do dia 09/06, terça-feira, votou pela suspensão da greve até o dia 11/06 e, caso não forem readmitidos nossos companheiros, greve a partir do dia 12/06, que é o primeiro dia da Copa da FIFA. 

Precisamos fortalecer a assembleia de hoje (11/06) para a partir de amanhã parar novamente a maior cidade do país. Não está em jogo apenas as 42 demissões. Está em jogo nosso direito de lutar para melhorar de vida utilizando do nosso legítimo instrumento que é a greve. Além disso, sabemos que os trabalhadores de todo país estão atentos aos acontecimentos na nossa categoria, pela sua importância política e social, por isso é preciso dar o exemplo, não aceitar nenhuma demissão, lotar a assembleia esta noite e, caso Alckmin e seus capachos não recuem, parar São Paulo no primeiro dia da Copa da FIFA.Como disse o companheiro Alex Fernandes, Secretário-Geral do Sindicato dos Metroviários e militante da CST-PSOL: “Não tem arrego! Reintegração já! Ou greve dia 12!”.


Unificar as lutas em curso!Defender os Metroviários de São Paulo!

Todas as lutas em curso devem se unificar e defender dos Metroviários de São Paulo. Vivemos uma conjuntura marcada peloascenso das greves e protestos dos trabalhadores e da juventude. A forte greve das estaduais paulistas, as marchas constantes do MTST e todas as demais categorias e setores em luta precisam unificar suas ações e defender o direito de greve de nossa classe que está sendo atacado por Alckmin nestas demissões.

As centrais sindicais (CUT, Força Sindical, CTB e UGT) que se dispuseram a mediar a negociação da nossa categoria com o governo, mesmo após não fazerem nada pela nossa greve, devem passar imediatamente das palavras à ação. Além de dizer formalmente que são contra as demissões, devem mobilizar suas categorias, com paralisações e protestos das mais em defesa da reintegração dos metroviários e do direito de greve. 


Metroviários de São Paulo
Unidos Pra Lutar

quinta-feira, 5 de junho de 2014

METROVIÁRIOS DE SÃO PAULO EM GREVE



Nos últimos dias antes da greve a mobilização da categoria deu um salto na quantidade e na radicalidade com passeatas e assembleias setoriais massivas.
A assembleia do dia 4 foi uma das maiores da história com 2 mil trabalhadores e trabalhadoras da categoria. Tinha gente nos corredores e até na rua, apesar do frio do lado de fora o clima na assembleia estava quentíssimo. Uma enorme faixa no fundo simbolizava Alckmin dirigindo o trem da corrupção e tentando atropelar metroviários e usuários do transporte.
Alex Fernandes abriu a assembleia e apresentou os apoiadores da greve. Falaram no ato professores municipais que acabaram de encerrar uma greve de 42 dias contra o prefeito Haddad/PT, depois o comando de greve da USP, o MPL, a Federação metroviária, agrupações sindicais e políticas, essa é a dimensão que tomou a greve neste ano e neste momento mais que oportuno da cena nacional.
Alex Fernandes também informou sobre as negociações com o governo e o tribunal. Na sua fala todo mundo levantava os cartazes de greve, uns distribuídos pela Unidos pra Lutar e outros improvisados pelo Sindicato. A cada relato sobre a negociação e a cada ponto de pauta que o governo não aceitava era uma vaia e inúmeros cartazes de greve eram levantados no alto. Depois passou a palavra para o presidente da entidade formalizar a proposta única da diretoria e de todos os agrupamentos metroviários: Greve por tempo indeterminado a partir da meia noite, a quadra dos metroviários explodiu ao grito interminável de Greve! Greve! Votada por unanimidade.
Um capítulo a parte é a simpatia geral da população, a necessidade de uma direção sindical e política que faça acontecer, que dê norte e unidade as lutas e que chame a uma greve geral. Na estação Tatuapé os metroviários colocaram som e rapidamente se juntaram mais de 300 pessoas que passavam pelo local. Na estação da Se participaram mil pessoas dessa espécie de assembleia popular improvisada. Jovens e idosos pediam a palavra para desabafar contra a Copa, o governo ou o transporte, parabenizando os metroviários. Embora o responsável pelo Metrô é o governo do Estado as críticas não pouparam Dilma nem o prefeito Haddad.
Às 20 horas do dia 4 começou a movimentação para organizar os piquetes em todas as estações, pátios de manutenção e entrada de operadores de trem e outros setores. Os piquetes muito animados contaram com apoio de juventude e de outras categorias e se mantem com revezamento em todos os turnos e escalas em forma permanente, mas na verdade quase não tem fura-greves. O que existe é um sistema do governo chamado plano de “contingência” que é um esquema antigreve montado com chefes e pessoas não qualificadas para a tarefa que com treinamento precário operam parcialmente alguns trens em um trecho de 4 a 5 estações em cada linha. Esse sistema não satisfaz a demanda e coloca em risco os passageiros. O presidente do metro e o secretario de transportes novamente negaram a liberação das catracas que os metroviários propuseram como alternativa à realização da greve.
Os trabalhadores tem claro que a oportunidade de conquistar é agora, na Copa. E não apenas 1% no índice e sim plano de carreira, periculosidade, PLR igualitária, plano de saúde para aposentados e outros. O governador Alkmin está pagando para ver e está vendo: na quinta-feira, dia 5, foi o maior dia de engarrafamento do ano, maior que o da greve dos motoristas de ônibus e o terceiro maior da história. Hoje desembarcou em São Paulo o vice-presidente da FIFA e outros dirigentes que tiveram que suportar 3 horas de trânsito do aeroporto ao hotel. Um deles declarou que tinha medo de estádios vazios com a dificuldade dos torcedores chegarem ao local.
            Foi votado que haverá assembleia todo dia às 17 horas. Nada se resolverá sem assembleia, se a nova proposta não conformar, a greve vai continuar.


Alex Fernandes, Roldan, Ronaldo Pezão.
Dirigentes metroviários organizados na Unidos pra Lutar