quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Educação em SP: Reorganização ou Desorganização?

O plano do governo Alckmin/PSDB pretende que as escolas ofereçam classes de apenas um dos três ciclos básicos: anos iniciais (1º ao 5º) e finais (6º ao 9º) do ensino fundamental e ensino médio. Atualmente, só um terço das 5.108 unidades escolares estaduais funciona assim. Segundo o Secretário de Educação, Herman Woorwald, a mudança teria motivos “pedagógicos”, separar alunos por idade, cada ciclo uma escola. Alunos e professores seriam transferidos neste final de ano afetando até mil escolas e entre 1 e 2 milhões de alunos, mas disse que “o objetivo não é prejudicar nenhum aluno, ao contrário, é facilitar a vida do menino e da família". O governo afirma que a estrutura sobre dimensionada, pois as escolas foram construídas para atender 6 milhões de alunos e hoje tem 4 milhões, supostamente porque nesses anos incidiu a municipalização, a migração de alunos para a rede privada por causa da ascensão social e pelo envelhecimento da população com a queda da população em idade escolar. Muita cara de pau!

O que o governo esconde?

Na divulgação do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), relativo a 2013, o ensino médio da rede paulista caiu para nota de 3,7, em uma escala de zero a 10. Se o governador não consegue obter nem um 5 como pretende que o aluno passe de ano? Será que os tucanos confiam na “aprovação automática” de sua gestão? A brutal perda de 2 milhões de alunos do ensino fundamental desde 2000 em boa parte é deserção escolar.
A deserção está causada na falta de atrativo de uma educação arcaica, que gera mão de obra barata para as empresas, onde alunos e professores não precisam pensar, e no empobrecimento e desemprego que afeta as famílias dos trabalhadores. A isso se soma a falta de professores, a “aprovação automática”, a superlotação das salas, as precárias condições das escolas, os baixos salários de educadores e funcionários.

Desmascarando as mentiras

Onde estão essas vagas ociosas Sr. governador? O número mínimo de alunos matriculados por sala é de 45? Após o fechamento de 3390 classes, o ano começou com 50 a 60 estudantes por sala e até 100 no EJA (Educação de Jovens e Adultos).
A Reorganização causará inúmeros problemas às famílias que tem filhos de idades diferentes e que terão que ser separados para escolas distantes com consequentes gastos e tempo extra. Outro problema é que nas periferias existem rivalidades entre jovens de bairros diferentes, muitos jovens serão hostilizados, aumentando a violência e dificuldade de adaptação a nova escola.

A municipalização

Em 1995 a então Secretária Rose Neubaeur aplicou um plano similar causando 20 mil demissões de professores. Aí começou a municipalização do ensino fundamental sendo que muitos municípios tem menores condições que o Estado de estruturar um sistema educativo. Já nessa época o PT e a CUT deixaram aceitaram a municipalização e deu no que deu. Hoje o plano é terminar de despejar o ensino básico no colo dos municípios, mas desta vez também o segundo ciclo (6º ao 9º ano).

O ajuste econômico na Educação!

Em 2012 o governo destinou à Educação R$ 957 milhões; em 2013, R$ 749 milhões e em 2015, R$ 475 milhões. Este ano houve corte de 56 milhões de reais nas verbas destinadas a reformas das escolas, corte de 10 mil vagas no programa “Vence” (ensino técnico da rede estadual), no programa “Alfabetiza São Paulo” deixando de alfabetizar 15 mil pessoas, e no projeto “Viva Leite”, deixando de atender 37 mil crianças.
Com o fechamento de escolas professores ficarão desempregados (categoria “O”), muitos perderão suas aulas, outros terão que viajar o dia todo para se dividir entre várias escolas. Serão demitidos funcionários da limpeza, secretarias, merenda. Reduzirão os Coordenadores Pedagógicos para um por escola.
Enquanto o tráfico de drogas manda na PM e a corrupção corre solta nos gabinetes tucanos, a meta do governador é investir em presídios e não em Educação, nos últimos 20 anos construíram 53 presídios e planejam mais 20, gastam 5 vezes mais com um detento do que com um aluno. Os jovens que não estão nas prisões estão morrendo nas chacinas das periferias de Carapicuíba, Osasco, Barueri, Itapevi, e na capital paulista.
Mas é possível derrotar o governo, no dia 26/10, produto das mobilizações, Alckmin deu o primeiro recuo anunciando que só transferiria 311 mil alunos e não 1 ou 2 milhões como anunciado inicialmente.

Como estão as manifestações?
Nas últimas semanas a comunidade escolar tem saído às ruas para protestar, seja em cidades pequenas ou grandes ou pelos bairros afora nas grandes cidades. As equipes de reportagens locais não têm mais como abafar. Os grandes portais de internet, os telejornais até da Rede Globo e suas rádios filiadas (CBN) têm noticiado com frequência os atos de rua que ocorreram em Votuporanga, Catanduva, Araçatuba, Bauru, São Paulo, Jau, Vila Califórnia, Leme, Guarulhos, Ribeirão Preto, Osasco, Tupã, São José dos Campos, Itapetininga, Rancharia, Agudos, Paraguaçu Paulista, Cachoeira Paulista, Araras, Taboão da Serra, Embu das Artes, Itapecerica da Serra, entre outras.

Essa campanha é só dos professores?
Não. Esta luta vem ganhando apoio de toda a sociedade, os estudantes estão cumprindo papel decisivo. A Defensoria Pública pediu explicação ao Estado sobre a Reorganização. O Ministério Público abriu inquérito para saber se de fato unidades serão fechadas e quais os benefícios que o governo espera com a mudança. O MTST prometeu ocupar as escolas que forem fechadas. Além da APEOESP, vários são os sindicatos, movimentos sociais e entidades estudantis que estão apoiando nossa luta. Acreditamos que juntos, se conseguirmos mobilizar a comunidade escolar (trabalhadores em educação, pais e alunos) podemos derrotar esse projeto do governo Alckmin.

Como está atuando o sindicato?
A maioria das subsedes têm ajudado na mobilização, os atos regionais em Taboão da Serra, Embu das Artes, Guarulhos, entre outros, tem contado com mais de 500 pessoas. Dia 20.10 a APEOESP ajudou a construir um ato com mais de 10 mil pessoas em frente à Secretaria de Educação. Dia 29.10 realizou assembleia.
No entanto subsedes dirigidas pelo grupo da Bebel, presidenta do sindicato ligada ao PT/PCdoB, ainda estão de braços cruzados “vendo a Reorganização passar”. Não estavam presentes em vários atos, dentre eles os que ocorreram no dia do professor (15.10). Transferiram a reunião do Conselho Estadual de Representantes de Escola (23.10) da Capital para São José do Rio Preto, a 450 km de distancia! O que inviabilizou a participação da categoria. Essas atitudes não ajudam a ganhar a luta.

Nós da Unidos Pra Lutar e de Luta Socialista, entendemos que duas coisas precisam ser feitas: apoiar todas as manifestações que estão ocorrendo no Estado e unificar os professores com outras categorias em um grande ato para derrotar de vez esse projeto de destruição da Educação.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

DOCUMENTÁRIO RETRATA GREVE DOS METROVIÁRIOS

Nos dias 25/10, 26/10 e 3/11 vão ocorrer sessões nos cinemas do documentário Futuro Junho, na 39º Mostra Internacional de Cinema. O filme da diretora Maria Augusta Ramos mostra a cidade de São Paulo às vésperas da Copa do Mundo e faz um retrato de quatro personagens, um deles é o metroviário Alex Fernandes, Secretário Geral do Sindicato e Dirigente Nacional da Unidos Pra Lutar.

Em junho de 2014, após um longa tentativa de negociação com o Metrô e governo estadual, os metroviários decretaram greve, que durou 5 dias. A paralisação ganhou repercussão internacional mostrando a luta dos trabalhadores por direitos, melhores condições de trabalho e um transporte público de qualidade.

O filme já foi exibido no Festival do Rio e vai ao Festival do Japão. Assista:
Futuro Junho
Dia 25/10, às 18h45 no CINEARTE 1
Dia 26/10, às 15h45, no ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA – FREI CANECA 2
Dia 03/11, às 19h50, no ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA – FREI CANECA 5

Assista o trailer

terça-feira, 13 de outubro de 2015

TODO APOIO A GREVE NACIONAL DOS TRABALHADORES BANCÁRIOS

A Greve Nacional dos Bancários iniciada no dia 07/10 está em seu segundo dia e a adesão da categoria que reivindica 16% de reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho cresce e se fortalece.
Na pauta da categoria além dos 16% de reajuste salarial e piso de R$ 3.299 está a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de três salários mais R$ 7.246; vale alimentação, vale refeição, 13° na cesta básica e auxilio creche de até R$ 788,00 reais para cada benefício. Pagamento pela Graduação e Pós Graduação e melhorias nas condições de trabalho e segurança.
A FEBRABAN (Federação Patronal) ofereceu 5,5% que sequer repõe a inflação do período que foi de 9,88% (INPC) piso salarial entre R$ 1.321 e R$ 2.560; PLR de 90% do salário atual mais R$ 1.939 limitado a R$ 10.402 e parcela adicional de 2,2% do lucro líquido. Quanto ao auxilio refeição apenas R$ 27,43 e auxilio cesta alimentação de R$ 454,87. Um absurdo diante da lucratividade obtida pelos bancos nos últimos dois anos. UMA VERDADEIRA VERGONHA!
Segundo dados da própria Federação Patronal só os cinco bancos mais importantes do país obtiveram uma lucratividade em 2014 de R$ 60,3 bilhões de reais o que significou um aumento nos lucros de 18,5% comparado com o ano anterior. Em 2015 só no primeiro semestre a lucratividade já estava aproximadamente em R$ 36 bilhões, um crescimento em relação a 2014 de 27,3%. Portanto dinheiro existe, pois os bancos foram os que mais lucraram durante o governo Lula e agora de Dilma, isso antes e agora durante a atual crise econômica.
O Itaú e o Bradesco juntos abocanham 60% do lucro de todos os bancos. No ano passado o Itaú/Unibanco lucrou R$ 20,6 bilhões; o Bradesco R$ 15,3 bilhões; Banco do Brasil R$ 11,3 bilhões, Caixa Econômica Federal R$ 7,1 bilhões e Santander R$ 5,8 bilhões (Dados do DIEESE). Os bancos somente com a prestação de serviços e cobranças de taxas arrecadaram R$ 104,1 bilhões em 2014.  Essa arrecadação deu para pagar todos os gastos com pessoal (541 mil bancários) que em 2014 custaram R$ 74,6 bilhões. Foram demitidos no ano passado 8.390 bancários.
Toda essa lucratividade foi incrementada pela alta da taxa Selic (juros da econômica) praticada pelo governo Dilma (PT/PMDB) que hoje é um dos maiores do planeta; pela valorização de títulos federais, os bancos detém 30% dos títulos da dívida pública federal que estão atrelados ao dólar; e pelo crédito consignado dos servidores públicos.
Enquanto isso a categoria bancária sofre com salários arrochados, nível de vida rebaixado, piora nas condições de trabalho com aumento de metas absurdas e assédio moral, também o aumento da violência, particularmente nas agências localizadas a mais de 200 quilômetros dos grandes centros urbanos.
Os bancários não vão pagar a crise, até porque não existe crise para o sistema financeiro que alcança lucros exorbitantes a custa do endividamento da população brasileira.
Luta Socialista e a organização sindical UNIDOS PRA LUTAR apoia a greve dos trabalhadores bancários. Estamos ao lado dos trabalhadores (as) nessa justa luta por reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho e valorização profissional.
É necessário atender a pauta da categoria e destinar a exorbitante lucratividade dos bancos para programas sociais e plano de obras públicas que possa absorver os desempregados do país que já são 1 milhão. É necessário também dar um ponto final na agiotagem patrocinada pelos bancos contra servidores públicos, médios e pequenos produtores rurais, bem como contra a população em geral que paga serviço bancário que é uma verdadeira extorsão. O sistema bancário nacional deve ser estatizado para que cumpra função social. O governo Dilma/Temer deve parar de alimentar a dívida pública com cortes na saúde, educação, moradia, segurança pública. Não vamos pagar por uma crise que não é do povo brasileiro. Defendemos o não pagamento e auditoria da dívida pública. Reajuste geral de salários e melhorias nas condições de vida para todos os trabalhadores do país.

São José do Campos-SP, 08 de outubro de 2015
Luta Socialista/PSOL e Unidos Pra Lutar

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Pacote de maldades de Alckmin para os professores

Após 3 meses do final da greve o governador Alckmin (PSDB) determinou que os professores não terão o reajuste salarial prometido para julho. Enquanto os professores recebem o 9º pior salário do país de acordo com o IBGE, o Secretário da Educação do Estado, Herman Voorwald, tem vencimentos de R$ 28.445,59, dez mil reais a mais que o governador e acima do teto permitido pela constituição.
No dia 02/09 foi publicado decreto n°61466, que veta a contração de novos funcionários públicos, seja em caráter emergencial e/ou remanescentes de concursos, congelando a chamada de 29 mil professores prevista para final do ano. Novamente os contratados que cumpram 2 anos estarão impedidos de dar aula por 6 meses (duzentena). Uma circular interna percorreu as escolas cancelando as funções de professor auxiliar (PA e PAA), coordenadores pedagógicos e outras. Dias depois o Secretario disse que manteria esses cargos inclusive em 2016 e que chamaria os concursados, mas a nova “atribuição de aulas” continua marcada o que significa que esses professores serão obrigados a completar a carga em outras escolas e se não o fizerem podem ser “atribuídos” compulsoriamente. Isso valeria para todos os não efetivos (categoria “O” e “F”).
A instabilidade causa pela suspensão de contratos, redução das salas de aula, a falta de material básico, a violência nas escolas e baixos salários estão afastando os profissionais da área que têm se deslocado para outras carreiras mais atrativas. Nos últimos quatro anos foram exonerados 9.279 professores. Esse número representa a saída de 172 docentes da sala de aula por mês. Outros 3.351 professores se dedicam a tarefas internas ou acumulam a função de docente com outra carreira segundo dados da Secretaria de Educação.
Em meio a esse caos o Secretário anunciou uma brutal reforma educacional que, com o argumento de separar por escolas o Ensino Fundamental I (1ª a 5ª série), Ensino Fundamental II (6ª a 9ª série) e o Ensino Médio remanejaria a distribuição de 2 milhões de alunos e milhares de professores para outras escolas a partir de 14 de novembro.
A assembléia do dia 25.10 votou um plano de mobilização. Exigimos que o sindicato organize, de fato, a luta e prepare nova greve para o início de 2016, em defesa da educação pública e dos professores.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Mais uma Vitória da Classe Trabalhadora!

Metroviários na Luta pela Reintegração de todos os demitidos!

Unidos pra Lutar na batalha junto com os metroviários.

 
Nesta quarta (30) houve julgamento em segunda instância, do Secretário Geral do Sindicato dos Metroviários de SP, Alex Fernandes, membro da Unidos pra Lutar e da Tendência interna do PSOL, Luta Socialista.


Alex Fernandes pela Reintegração!
Fernandes havia sido demitido após a greve dos metroviários em 2014, na ocasião 42 metroviários foram demitidos por "justa" causa com a alegação de que haviam depredado patrimônio público.

Nada do que a empresa alegou é verídico e a justiça, mesmo com seus problemas, não encontrou nenhuma prova ou indício de que a Cia do Metrô estivesse dizendo a verdade.

Portanto, já na primeira instância Fernandes havia ganho o processo e agora no TRT teve mais uma vitória, vencendo a empresa por unanimidade nos votos dos desembargadores.

A Luta continua, pois ainda há 38 metroviários demitidos, inclusive um deles, Paulo Pasin, terá sua audiência em primeira instância no dia 14/10. Os demais aguardam julgamento em segunda instância, sendo que em primeira também venceram.


A Unidos pra Lutar continua nessa campanha, apoiando e dando força para que muito em breve todos sejam reintegrados.



Como parte da Campanha pela reintegração, os metroviários incorporaram na Campanha Contra a Privatização um ato dia 08/10 - Quarta-feira às 15h na Estação Ana Rosa. Participe!